Cena 1: Vocês se conhecem num bar, ficam juntos algumas horas, marcam alguns outros encontros e ele some. Não liga, não manda mensagem, não faz convite algum.
Cena 2: Você se esforça no trabalho, fica além da sua carga horária, tem um desempenho além do que era esperado para o seu cargo. Seu chefe não reconhece, sequer notou sua dedicação.
O que podemos deduzir de ambas as cenas é: ou você não sabe o que quer, ou aceita tudo que lhe oferecem, ou ambas as situações. Vamos aos fatos. Você está curtindo a companhia do outro e deseja que isso continue a acontecer, e porque não pega o telefone e não liga? Porque espera que o outro faça isso? Mas, será que era isso mesmo o que você queria? Ou deixou que tomassem a decisão por você? Na cena dois você sabe que fez tudo que podia, deu o seu melhor mas esperou que o outro enxergasse a sua dedicação e ficou de braços cruzados esperando por isso. E porque não tomou a iniciativa e foi falar com seu chefe? Porque não sugeriu uma promoção?
Afinal, sabemos mesmo o que queremos ou estamos sentados na plateia enquanto assistimos o outro ser o protagonista da nossa vida? Por maior importância que as pessoas tenham nas nossas vidas, elas nunca poderão assumir o nosso lugar de protagonistas da nossa história. Somos nós que a escrevemos, somos nós que a protagonizamos e também somos nós que decidimos quem participa ou não desse roteiro. É claro que estamos sujeitos aos contra-tempos, as fatalidades, as coisas que saem do nosso controle, mas fora isso, quem determina o rumo da nossa vida somos nós.
Se não sabemos o que queremos a tendência é aceitarmos tudo que nos é dado e com isso, acabamos por aceitar muito menos do que merecemos. Assim aceitamos um relacionamento meia boca, um sub emprego, uma amizade mais ou menos… Assim aceitamos que a vontade do outro sempre se sobreponha a nossa. Não, não estou em defesa do egoismo e do “eu penso só em mim e os outros que se danem”, estou em defesa do protagonismo, do assumir as rédeas, do saber o que quer, como quer, quando quer. O outro também tem o direito dele de escolha e cabe a nós decidir se aceitamos ou não o que ele tem a nos oferecer. Enquanto você se mantiver lá embaixo, esperando para comer as migalhas que caem no chão, dificilmente terá um lugar para comer na mesa, dificilmente irá saborear o prato principal e a sobremesa.
Vamos parar de nos contentar com migalhas, com pouco amor, pouca parceria, pouca reciprocidade, pouco reconhecimento. Vamos parar de aceitar tudo que nos oferecem e vamos em busca do que nós merecemos. Saia da plateia e suba ao palco, é a sua história que está sendo narrada. Não aceite as migalhas que caem no chão, você nasceu para sentar-se a mesa e inclusive escolher o prato que deseja comer.
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