Deveria haver uma lei que proibisse pastel frito em restaurante self service! Ora, lá está você elaborando seu prato saudável, com arroz integral rodeado por rúculas, alfaces e cenouras raladas, quando um pastelzinho frito de casquinha crocante cruza o seu caminho! É como se apaixonar à primeira vista: não dá para tirar os olhos, pois precisamos da certeza de aquela maravilha é real!
Você até tenta ignorar e circula pelas demais opções do restaurante, se convence de que a batata-doce com seus betacarotenos vai te distrair, acrescenta um azeite extra-virgem, rico em ômega 3, cuja gordura boa combate os radicais livres, mas o pastel recheado de carne moída e cebolinha verde picada está lá gritando o seu nome, em desespero:
_Por favor, me cooooooooma!! Sou gostoso e crocante!
Meu amigo, nessa hora, Bela Gil que me perdoe! Pois, eu acredito que nem ela ainda conseguiu o “Você pode substituir…” do pastel frito! Imagino até que ela esteja escrevendo um livro secreto, com opções ainda pouco convincentes do substituto dessa iguaria, criada por Deus no forno e maquiavelicamente melhorada pelo Demo no óleo quente!
Um a zero para o pastel. Ele chegou ao seu prato! A sua primeira mordida fez aquele crec – som, provavelmente, inventado por anjos caídos num domingo gastronômico – e você se rendeu! Não me culpem nutricionistas! Não me julguem atletas do Crossfit! Freud me entenderia!
A resposta para tudo é o equilíbrio: ao lado do pastelzinho frito mordido, as alfaces ficam mais interessantes e parecem fazer uma pequena cama para a friturinha simpática! E me convenço enfim, que juntos eles formam um belo casal: a alface e o pastel! Tão lindos e me fazendo feliz!
Imagem de capa: Eugenio Marongiu, Shutterstock