Menina dos olhos caídos

Queria que a minha voz pudesse niná-la, menina dos olhos caídos e do sorriso que fala. Queria que os meus versos pudessem dizê-la, que não busco nada além de inteiramente conhecê-la. Queria que as minhas mãos pudessem massageá-la e os meus jantares – um dia – satisfazê-la. Queria sonhar contigo tempo suficiente, para diariamente ser capaz de agradecê-la – por existir.

Queria levá-la do chão, ao céu da minha boca e, com a voz rouca, dizer-te que – ainda que o sol apareça – não precisamos sair da cama. Queria que os meus braços guiassem os teus sonhos intranquilos, e as minhas pernas acobertassem os teus desejos mais intensos. Queria dar-te carinhos em troca de simples suspiros, um ninho e um amor de passarinho. Queria ver-te bem cedo, antes da lua se por, pois ao seu lado, o único medo que tenho, é de prender o teu amor.

Queria poder cantar a tua música predileta e, poder abrir em ti, portas nunca antes abertas. Queria embriagá-la com palavras jamais ditas e poesias nunca antes recitadas. Queria que a natureza mais próxima do teu leito, fosse a composta pelos curtos pelos que preenchem o meu peito. Queria poder tentá-la, até conseguir fazê-la, entender que não procuro nada além de – verdadeiramente – vivê-la.

Menina dos olhos caídos, este poema breve é destinado para o teu bem, e bem perto de mim – se for possível.

Imagem de capa: lightwavemedia, Shutterstock



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Fellipo Rocha é poeterapeuta, músico e idealizador da página Corpoesia. Além disso, escreve pelos sorrisos que perde, todas as vezes em que não sai de casa.

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