Perdoar não é esquecer. Não é conviver. Não é permitir. Perdoar é apenas quebrar as correntes do passado e ser capaz de recomeçar sem bagagens desnecessárias. É permitir que a felicidade aconteça sem a culpa de um erro anterior. Em outras palavras: perdoar é ser livre!
A atitude não é fácil. Na verdade só poderia falar de perdão quem, um dia, precisou perdoar. C.S Lewis chegou a afirmar que “todos dizem que o perdão é uma ideia maravilhosa até que elas possuam algo para perdoar”, tamanha a dificuldade de praticar a ação. Mas, o fato é que, diariamente, nos deparamos com pessoas e posturas que exigem isso de nós. Inclusive as nossas próprias.
Perdão é a prova de que a humanidade é capaz de aceitar os próprios limites e de construir uma nova história, indiferente das dores, das marcas e dos traumas que os erros deixaram. Precisamos ser capazes de ver além das situações e acreditar que a vida vai além do passado.
Não podemos aceitar que os valores distorcidos ou que as crenças fanáticas nos ceguem a ponto de carregarmos culpas desnecessárias e de acreditar que não somos merecedores da felicidade.
O que nos machucou lá atrás só voltará a machucar se a gente permitir. Fato! Não precisamos aceitar tudo, compreender sempre, tão pouco engolir sapos todos os dias. Perdoar é, também, afastar-se de quem nos fere frequentemente.
É saber que o passado não pode ser mudado, mas que o futuro está aí para ser escrito. Perdoar é saber que, antes de amar o próximo, você tem que se amar e que, indiferente do que te disseram sobre respeito, ele não precisa de exigências para acontecer.
Encare o espelho, veja além das cicatrizes. Perdoe-se! No começo será difícil, as culpas tentarão te convencer do contrário e as dificuldades psicológicas aparecerão. Mas, acredite, você vencerá os próprios medos.
Lembre-se que perdoar é mandamento, não favor. E isso começa de dentro para fora.
Imagem de capa: Mark Nazh, Shutterstock
Esse texto veio como um sopro num machucado ardido que não sara nunca.