Ela é tão simples no seu jeitinho de ser que disfarça bem a maturidade que reside em seu coração. Na verdade, quanto mais especial é uma mulher, mais contida são as demonstrações, voluntarias ou não, da sua maior beleza: o charme. “Ser charmosa”, não é uma exclusividade dela, muitas são; contudo, não em uma singularidade tão representativa desse conjunto de mistérios.
Às vezes, penso que já a conheço bem o suficiente para saber seus gostos, seus medos e inseguranças; querer conhecê-la a fundo é uma viagem para toda extensão do Universo. É lindo de se imaginar; impossível de conseguir. Meu fascínio está em percorrer — em sonhos, mãos, dedos, dedo, boca, língua, beijos — seus caminhos disformes, longínquos, estrelares.
Ela é dona de um olhar diferenciado de menina que conhece muito das dificuldades do dia a dia; olhar que penetra na gente até alcançar nossas maiores fraquezas, e nos ganha assim. Me ganhou nesse jogo de olhares onde, eu, ou sou péssimo demais, ou, ela, incrivelmente boa em vencer meu coração. De ressaca, parafraseando Machado, seria uma definição poética para dizer o que seus olhares me fazem. Para ressaltar, então, como tais olhares me deixam, carinhosamente, embriagados de amor.
Talvez, ser notado por olhos assim, seja o motivo de tanta paz que nasce na gente sem explicação. Só essa sensação de repousar em águas termais — ou de um banho quentinho de ducha forte —, quentinhas; alguns elementos da natureza carregam consigo o poder da cura, e, essa ternura de olhos úmidos, trazem a capacidade de melhorar as lesões que nenhuma terapia medicinal tem a capacidade de trazer.
Ela é inocência e malícia numa só pessoa; depende de como está seu humor, do quanto comeu ou dormiu, também (risos). Culpa do seu sorriso — enigmático e dinâmico — esta dúvida, recorrente, em todos que a conhece? Quem sabe… esse sorrir de corpo inteiro seja o meu principal motivo para ser meio bobo; gente boba, normalmente, é mais feliz do que as demais. Leve; ficar do seu lado traz uma sensação de alegria permanente, é sentir-se querido por alguém que, sem nenhum esforço, tem a capacidade de me comover com seu toque suave. Carinhoso.
A conheci em um dia normal, desses que a gente está tão bem com a própria aparência que, espelhamos em nossa postura o quanto estamos bem. Sentir-se bem, dia a dia, é o segredo da nossa beleza. Acontece que quando a conheci, percebi, que o amor nasce quando menos esperamos. Ela era, para não ser só simplista, a simplicidade de um final de sexta-feira, que antecede o gostosinho final de semana. Desde então, toda vez que a vejo, tenho a sensação de estar com a semana completada e, a alegria do hoje, do descanso do amanhã.
Até agora, não me acostumei com o seu jeito charmoso de encarar a vida. Entre risos, olhares e, algumas esporádicas lagrimas que presenciei, abraça o amor próprio como ninguém consegue fazê-lo. Com seu jeito, ela me fez redescobrir a minha felicidade; onde até então era cinza, ela coloriu. Ela completa a minha história diariamente, e, por mais longe que ainda está de concluir-se, espero que ela esteja do meu lado, deixando meus dias mais charmosos com a sua companhia, que tenho tanta saudade… sempre.
Imagem de capa: sanneberg, Shutterstock