Imagem de capa: Anna Om, Shutterstock
Tenho medo das manipulações genéticas do amor!
Essa coisa de pensar, de analisar, de jogar, de manipular pessoas, mentes, corações, momento, intenções.
Essa coisa de querer colocar as mãos e as expectativas da mente nos sentimentos, de exigir um formato, de direcionar o percurso, pode ser que desestruture um caminhar sereno de evolução e adaptação.
Será que o tempo, a terra, as transformações do entorno não se ocupam de arrumar os destinos? De fazer com que corações se encaixem ou se distanciem?
Tem semente que vinga, cresce bonita, se ajusta ao solo, ao clima, e tem semente que simplesmente não germina. E assim é a vida.
Forçar a barra para que algo nasça, cresça, se desenvolva no tempo que esperamos, da forma que esperamos; exigir que tenha uma forma, uma cor, um aroma; arrancar os defeitos; manipular as curvas do amor, é colocar agrotóxico, é modificar a essência.
Plante, mas tire os olhos da terra; ame, mas serene o coração.
Ame como quem planta, como quem semeia com as mãos, como quem sabe respeitar as estações, as terras (férteis e inférteis), os períodos de seca e de abundância, as sementes que germinam e as que morrem.
Ame como quem planta com poucas ferramentas, mas com muito intento – relaxado, semeando amor, mas sem saber bem de onde virão os frutos, que árvores vingarão. Porque amores novos (e velhos também) precisam de uma dose de carinho e cuidado, mas também de outra grande porção de distração e relaxamento. Quando você fecha os olhos é que nascem as mudas.
O que é orgânico leva um tempo e uma vontade própria. Deixe que venha ou não venha. Deixe que seja a verdade. Se vier, vai ser para nutrir a alma. Se não vier, é porque não seria bom alimento.
Há sentimentos que não crescem porque não têm energia por dentro. Respeite os ciclos das sementes, das pessoas e dos corações. Que o amor seja orgânico e não geneticamente modificado!