O amor acontece quando a gente tira os óculos cor de rosa

Imagem de capa: goodluz/shutterstock

Em todo tipo de relacionamento entramos sempre usando óculos, mesmo quem não é míope. Esses óculos são o que chamo de óculos cor de rosa, feito com lentes poderosas que nos fazem enxergar um desenho que criamos internamente e não a realidade.

No início somos todos lindos e maravilhosos, sem defeito algum. O verdadeiro paraíso. Mas depois de um tempo, principalmente depois de uma certa convivência começa a ficar claro alguns comportamentos nem tão bonitos, coisas que nos irritam. E as tais projeções.

Não existe um tempo certo para enxergar a real, porque tem gente que tem mais dificuldades de tirar os óculos cor de rosa. (Quem tem Netuno na casa 7 então nem se fala). Tem pessoas que sambam na nossa cara e a gente está lá, defendendo, não querendo ver a realidade. Agarrados que estamos à nossos óculos.

É preciso querer ver, é preciso antes de tudo uma conexão com nosso sentir. Porque essa é a melhor maneira de lidarmos com nossos relacionamentos: não é uma questão de entender o outro, mas de senti-lo. O nosso maior erro é levar as pessoas através de uma coerência mental. É o nosso coração que vai nos mostrar a realidade, sem florear, sem bobear. E ele também vai nos indicar o que fazer a seguir.

Não há necessidade de julgamentos ou condenações. Ele dita: permanece ou vai embora. Escancara ou fecha as portas. Mas acima de tudo, não podemos responsabilizar o outro, afinal os óculos eram nossos e vai saber se ele também não usou o dele com a gente. Cada um com sua parcela de responsabilidade.

Não existe o certo, existe o que seu coração te pede. Constrói, tijolo por tijolo daquele amor que sabe ser verdadeiro dentro do peito. Vai embora, se afasta, fecha a porta, corta o que nunca foi e nem vai ser. Ou apenas se afasta, convive menos, distância saudável faz bem para os dois lados.

E nem adianta tentar quebrar os óculos cor de rosa, porque eles ainda serão bem úteis. Mas vale lembrar de limpar as lentes do coração através da meditação.



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Meire Oliveira é Escritora, Poeta e Coach de transformação. Amante das estrelas e das estradas. Autora dos livros Pintando Borboletas e Vai Com Fé que Flui. Conjuga o verbo escrever com vários outros juntos: ama, sente, vê. Por isso nasce e renasce em palavras que palpitam nela.

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