Imagem de capa: vladee, Shutterstock
O dia amanheceu nublado, sabe? Estava vestido de preguiça, dando uma vontade de enrolar na cama. É quinta-feira, a rotina chama. Eu deixei a vontade perdida no meio dos lençóis e abracei a rotina, como todos os dias. Sorri imaginando que o dia seria fresco, mas tudo não passou de imaginação minha…
A tarde deu um solzinho maroto, aumentando o mormaço. Tinha gente na praia, tinha gente no parquinho, tinha gente trabalhando, gente de férias. E tinha calor. O suor escorreu nas minhas costas (que pararam de doer). A fruta desceu geladinha goela abaixo e tomei quase um litro e meio de água fria…
Calor e final da tarde. O céu parecia um filme desses de tornados americanos. Era uma onda preta, gigante, que começava a engolir a cidade. Faz meia hora que ameaçou chover, com o céu feio. O negrume cedeu espaço para um cinza que não assusta. Choveu, muito! Não tinha mais ninguém na praia, não tinha mais ninguém no parque.
No meio do cinza, volta o sol. Lá de cima do morro, já tem sol. Ainda chove, ainda troveja. Meia hora. E já tem sol. Acho que a chuva de verão vem para nos mostrar que nada é eterno, sabe como? Ela chega imponente, mostrando a que veio. Faz um barulho tremendo, destrói uma coisinha ou outra, espanta todo mundo e logo vai embora. A gente devia focar nisso, sabe? Quando vê aquele problema monstruoso, imaginar que é só uma chuva de verão.
Vai cair. Vai assustar. Vai fazer barulho. Você vai estremecer (eu sempre estremeço com os trovões, beijos mãe). Mas vai passar.