Imagem de capa: pyrozhenka, Shutterstock
Quando a gente se envolve com alguém, fazemos um laço tão forte que depois fica difícil soltar. Mas se tem algo que devemos aprender, é nos desfazer dos nós que só estão presentes para sufocar. Mesmo sabendo que vai doer e vamos abrir um vazio que vai ecoar saudade por muito tempo, é nosso dever abrir espaço para quem quer somar na nossa vida.
O “abrir espaço” não serve apenas para dar a oportunidade de uma substituição. Jamais devemos pensar que só seremos feliz se tiver uma mão segurando a nossa. Porém, quando estamos fixados em nos desdobrar para manter alguém que já desistiu há tempo ao nosso lado, estamos nos fechando para qualquer outra chance que poderia aparecer. E não existe nada mais injusto com nós mesmos do que não nos permitirmos abrir todas as portas que a vida coloca no nosso caminho, apenas para tentar entrar à força na única que está trancada.
Se alguém demonstrou que não te quer, não existe divina providência que possa mudar isso. E insistir, se doar, tentar novas maneiras, novas frases, atitudes; só faz você cavar um buraco cada vez mais fundo e difícil de sair. Aprenda a jogar o livro fora quando já não tem mais nenhuma página em branco para ser escrita. É preciso aceitar o fim e principalmente, a inexistência de uma continuação.
Quem ama sozinho, chora por dois.
Desista da obsessão e habitação no passado. Olhe em volta, perceba como tudo ainda está inabitável e repare em todas as opções de novos caminhos. Nosso coração é forte, consegue sobreviver aos finais, ainda que pareça que vai se encolher. O que ele não aguenta são as constantes tentativas de se espremer para se encaixar onde não cabe, onde não há espaço. Então, que tenhamos a decência de não nos diminuirmos para permanecer na vida de quem não nos guarda.
Vai sempre existir um outro alguém, uma nova música, um outro primeiro encontro. Mas pra isso é necessário se desprender de quem não te impulsiona para o futuro. Soltar os laços, avançar o caminho e se dar a chance de viver uma nova história que não machuque. É o mínimo que se espera de um amor, então não existe motivo para aceitar menos. O coração aguenta e melhor, se fortalece em cada recomeço.
Recomece.
Parabéns Najara pelos seus textos, são profundos, nota-se uma sensibilidade a flor da pele.
Eu como bom canceriano que sou, romântico, sensível, perceptivo, me identifiquei muito com eles.
Percebi que temos coisas em comum, como excesso de sentimentos, adoro café e sou exagerado também com relação a sentimentos…. rss
Um grande abraço