Imagem de capa: Alik Mulikov, Shutterstock
Ainda tenho a ingenuidade de acreditar nas pessoas, que o amor existe, que a vida é bela e que no final vai dar tudo certo, independente de como tenha sido o início. Acredito que a vida é feita de recomeços e esse é um dos segredos dela, precisamos estar atentos para escutar o que ela tem a nos dizer e, sempre tem. Mas, às vezes, estamos dispersos demais para ouvi-la, sem tempo, sem disposição, sem vontade, até estarmos quase sem ela.
Os dias passam tão depressa, estamos cada vez mais ocupados e preocupados com o dia de amanhã e, muitas vezes, não aproveitamos o aqui, o agora. Somos prestigiados diariamente com o hoje, o presente que nos presenteia a cada amanhecer, a cada pôr do sol, a cada respiração. E, geralmente, só percebemos a grandeza disso, quando vemos alguém perder a vida. Porém, muitos estão a perdê-la aos poucos, pagando a longas prestações o preço do pior tipo de morte que existe, aquela que nos atinge em vida.
O tempo corre e não espera por ninguém, nem o último abraço, o último bom dia, o último sorriso, ele simplesmente passa e deixa aquela sensação estranha de como teria sido se tivéssemos agido diferente. Alguns dizem que tempo é dinheiro, mas prefiro pensar que ele é sagrado e que a cada intervalo temos uma nova chance de recomeçar. Mesmo que não seja possível mudar o que já está feito, podemos escrever um final diferente para nossa história, só depende de nós.
Alguns podem pensar que é ingenuidade, mas prefiro chamar de fé e dizem que ela não costuma falhar. Acredito que nunca é tarde demais para acreditar, principalmente, em si mesmo, que é possível ser uma pessoa melhor a cada amanhecer, pois não há como crer em algo quando não temos convicção a nosso próprio respeito. Que possamos manter uma faísca de esperança acesa dentro da gente, para clarearmos nossa percepção diante daquilo que se apresentar obscuro diante de nós, pois, às vezes, o que precisamos fazer é deixar a nossa luz raiar onde o sol da esperança já se pôs…