A notícia da doença de um pai gera a sensação estranha de ser órfão antes do tempo. Os pensamentos se atropelam. De repente, a família passa a enfrentar a solidão de uma noite no deserto. A gente sente vontade de colocar no colo quem um dia nos deu colo. Apesar da consciência do impacto da doença, a gente sente lá no fundo que a situação pode proporcionar uma série de aprendizados.
Eu aprendi o sentido da confiança. Meu pai mora no interior da Paraíba. A minha família se mobilizou para conseguir o melhor tratamento possível em um hospital de São Paulo. Conversamos com os médicos e começamos a procurar apartamento para ele fazer todos os procedimentos. Até o dia em que meu pai acordou e tomou a decisão: “Eu não quero fazer o tratamento em São Paulo. Não quero ficar longe de tudo o que gosto durante a fase mais difícil da vida.” Nós sabíamos dos riscos da tomada da sua decisão, mas silenciamos e respeitamos a sua vontade. Aprendemos a esperar.
E aprendemos, sobretudo, a acreditar no poder da união. Meu pai decidiu fazer o tratamento em João Pessoa, perto da família. Acompanhamos cada olhar dele nas sessões de radioterapia e quimioterapia. Aos poucos, começamos a compreender o propósito de todo esse processo: às vezes é necessário passar por uma situação como essa para que a família possa resolver questões afetivas pendentes.
Em São Paulo meu pai poderia ter o melhor tratamento ao seu alcance, mas não teria cada demonstração de carinho recebido por seus filhos. Aprendemos também que nem sempre a notícia de uma doença grave significa o fim de uma trajetória. Meu pai descobriu o câncer no início. Após passar por uma série de procedimentos, ele recebeu o diagnóstico da cura da doença. Hoje não há mais nenhum vestígio da doença no seu corpo, motivo de comemoração e alegria para todos nós.
Eu imaginava que o Natal do ano passado seria o último com meu pai vivo. A sua doença me possibilitou mergulhar na sua história, assim como o filho que decidiu carregar o pai nos braços no filme “Peixe grande”, do Tim Burton. Hoje, após tantas turbulências e lágrimas derramadas no escuro do meu quarto, agradeço ao Universo pela oportunidade de enxergar um novo sentido na nossa relação e pelo despertar da consciência de não temer o que cada experiência pode nos ensinar.
Bom Dia Thiago.
Infelizmente estou a passar pela mesma situação com o meu pai… Oxalá que tudo acabe bem…tenho Fé…
Obrigada pelo seu depoimento…
AF
Muito obrigada, Thiago. Quando vc disse “estar órfão de pai vivo” foi assim comigo. Ele luta contra a doença e eu, contra o medo e pela esperança, fazendo diariamente a manutenção da fé de que é uma turbulência e ele também se curará!
Hoje faz uma semana que perdi meu pai, e já acordei com uma angustia e tristeza em meu coração. Parece mentira em cinco meses ele morreu, descobrimos em maio um câncer no estômago fomos em 3 oncologistas e todos falaram que teria que retirar todo o estomago mas não tinha risco de espalhar. Meu pai não queria fazer a cirurgia e fez em agosto depois o quadro clinico dele só foi piorando eu deixei ele no hospital numa sexta-feira e ele morreu na quarta-feira. Eu sempre falava pra ele que ele não ia morrer infelizmente Deus tem outros planos, mas pra quem está passando por isso não desista dê motivação e amor. Hoje eu estou sem o homem da minha vida mais eu tenho a certeza que fiz tudo o que poderia fazer por ele, e peço que Deus me dê paz no meu coração para esse sofrimento.
Descobrimos que meu pai tem câncer no pulmão, estou com muito medo… Muito mesmo, estamos fazendo de tudo… Me sinto completamente perdido… Queria por um fim nisso.
Em 1998 meu pai descobriu o seu primeiro câncer,esse era na garganta passou pela cirurgia e os médicos afirmam que ficaria tudo bem.
Doze anos depois em 2010 meu pai teve outro câncer na garganta no mesmo lugar que o outro passou por mais uma cirurgia e agora no dia 29/2019 descobriu um câncer no estômago estamos sem chão,quero que a minha fé seja maior que meu medo de perder meu pai….