Por Isabela Nicastro / Sem Travas na Língua
Você está chegando agora na vida dela. Está invadindo aos poucos a rotina, descobrindo suas manias, desvendando sua intimidade. Boas coisas você já conhece bem. Já sabe que ela gosta de ficar em casa, de pijama, sem a menor necessidade de que o dia seja útil. Já viu que a família é a direção dela, o porto-seguro. Sabe que ela chora horrores em casamentos. E descobriu que, para ela, Coca-Cola é bem melhor do que cerveja.
Podemos dizer que você já a conhece bastante. Ela é, a cada dia, mais transparente com você. Fica cada vez mais à vontade. É ela mesma, de fato. E aí, à medida que você a conhece mais, o único pedido é: cautela, por favor. Você vai descobrir um coração mole e intenso, mas também medroso. Depois de tantos tombos, o receio é inevitável. Você vai entender que ela gosta de atenção para se sentir querida. Que fica angustiada quando não fala o que sente. E que falar o que sente, para ela, é essencial.
Você vai descobrir que ela já sofreu muito com babacas. E o principal, ela espera que você não seja mais um desses. Porque ela está disposta a tentar, a amar novamente, a ser intensa como lhe é característico. No entanto, só te pede cuidado. Atenção aos detalhes. Ao que lhe deixa mal ou ao que lhe deixa muito feliz, a ponto de saltitar. Ela não pede muito. Só pede que você esteja ali e que demonstre estar.
O significado de cautela, nesse caso, não significa superficialidade. Pelo contrário, ela quer intensidade. Quer coragem e disposição. E, justamente, te pede cautela, para que você perceba isso. Se você veio para ficar, então demonstre. Jogue as cartas na mesa e fale do que sente. Não faça joguinhos, oh não, ela detesta joguinhos. Vá falar quando tiver vontade, diga que está com saudades. Importe-se. Demonstre. Sinta.
Caso contrário, não se demore. Levante, pegue o seu banquinho e saia de mansinho. Ah, e de preferência, avise. Não suma do nada. Seja homem e assuma que está partindo. Ela vai admirar a sua atitude. Vai entender que, por alguma razão, você não pretende ficar, mas, principalmente, não pretende enganá-la. Afinal, cada um escolhe o que lhe faz bem. E ela já definiu há muito tempo o que lhe deixa bem. Certeza sobre o que ela quer é o que não falta.
Fonte indicada: Sem Travas na Língua
Menina, voce é tão jovem para tanto conhecimento do amor e da solidão (tudo junto e misturado…rsrs), parabéns por essa sua crônica (se assim posso chamar), parece que me conhece e falou muito de mim…Amei e compartilhei!