Eu vou contar-lhes um segredo. Nossa palavra tem o poder de criar e destruir, pois toda palavra é um encantamento. Somos como “Harry Potters” caminhando pelo mundo sem saber que podemos lançar e quebrar encantamentos com uma só palavra.
Toda palavra é força e tem poder. Toda palavra não é apenas som ou símbolo. Toda palavra é mágica.
Quando esquecemos da importância e do peso de nossas palavras podemos lançar encantamentos, por meio de opiniões, sem querer. Da mesma forma quando estamos atentos ao que pensamos e dizemos podemos nos libertar de velhas maldições.
Quando alguém nos diz algo com o intuito de nos magoar ou denegrir esse algo vai reverberar em nós se o aceitarmos como verdadeiro. Pois, ao acreditarmos em uma opinião, estabelecemos um pacto particular. Ao aceitarmos a palavra mal-usada ela se torna um novo compromisso sobre o qual colocaremos todo nosso empenho.
E aceitar algo como verdadeiro comumente tem a ver com o fato de no passado termos concordado com uma informação que nos foi dada. E quando essa informação nociva brotou e criou raízes em nós ela se tornou um veneno emocional.
O veneno emocional é algo que podemos carregar conosco por um longo tempo ou até mesmo por toda a vida. É um pacto o qual insistimos em honrar inconscientemente, custe o que custar. E honrá-lo geralmente custa nossa satisfação pessoal e felicidade.
Uma menina, por exemplo, que quando pequena ouviu repetidas vezes da irmã que era deveras feia, tendo acreditado nisso, pode, depois de anos, sendo já uma mulher linda e crescida, ser incapaz de acreditar em qualquer elogio que lhe façam sobre sua beleza.
Se aceitarmos a palavra mal-usada de outro contra nós ela irá reverberar em nosso interior e fazer estragos. Isso vale também para as palavras ruins que ficam martelando em nossa cabeça. Deixemos de pensar: como estou feio, como estou gordo, como estou velho.
Prestemos atenção em alguns aspectos que sempre dão errado em nossa vida. Talvez estejamos honrando antigos acordos que firmamos sem ao menos nos darmos conta disso.
Muitas vezes nem mesmo foram os outros que nos amaldiçoaram intencionalmente, mas nós mesmos que nos deixamos encantar nocivamente em um momento em que estávamos suscetíveis.
Prestemos atenção às palavras que nos chegam e às nossas próprias e sejamos verdadeiros e bondosos ao usá-las. Se por alguma razão alguém disser algo que nos desaponte, percebamos que esse desapontamento está antes de mais nada vivo dentro de nós. Só nos dando conta disso podemos então agir de forma a quebrar os maus encantamentos.
Não nos deixemos queimar pelo inferno dos outros. O inferno dos outros é deles e não nosso. A falação desmedida e sem um bom propósito é a palavra usada em seu pior aspecto. A fofoca é um ótimo exemplo de um mau encantamento.
É importante refletirmos a respeito do que nos é contado ou acerca do que iremos falar. O que estamos dizendo ou ouvindo é realmente verdadeiro? É algo bom? Terá alguma boa utilidade? Se não for verdadeiro, bom ou útil pode ser que o que está sendo dito ou ouvido seja apenas a expressão de um mau encantamento ou até mesmo uma maldição praguejada por alguém em uma hora infeliz. E nesse caso é melhor nem mesmo ouvirmos ou falarmos a respeito.
Ouçamos os bons amigos. Ouçamos as palavras nascidas do amor. Ouçamos nossas melhores ponderações.
Sejamos amorosos, respeitosos e verdadeiros ao empregarmos nossas palavras. Orientemos e amemos pelas palavras sem bajular, sem julgar e expressando apenas o que é verdadeiro, bom e útil. Usemos a magia das palavras para o bem e que o nosso amor próprio seja forte o suficiente para nos proteger do mau encantamento alheio.
Se conseguirmos fazer isso nossa vida e a dos que estão próximos irá mudar para melhor com certeza.
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Indicação de livro sobre o tema: “Os Quatro Compromissos” de Don Miguel Ruiz