Relacionamentos tóxicos e experiências de decepção amorosa têm se tornado temas comuns na vida de muitas pessoas. Histórias de “ghosting”, desilusões e relacionamentos disfuncionais parecem atingir, em sua maioria, as mulheres. Mas por que isso acontece? Por que, na maioria das vezes, são as mulheres que saem mais feridas dessas relações?
O Gshow conversou com a terapeuta e psicanalista Nadja Moraes para entender os fatores que levam tantas mulheres a se prenderem em relações tóxicas. Nadja explica que as raízes dessas escolhas estão profundamente enraizadas em aspectos emocionais, sociais e até familiares, os quais podem influenciar a maneira como as mulheres escolhem seus parceiros e enfrentam desafios nos relacionamentos.
Segundo Nadja, muitas mulheres crescem sem uma referência clara de como estabelecer limites. “Ela não foi educada para dar limites, então isso vai favorecer para que ela seja o alvo perfeito”, explica. Esse padrão pode começar ainda na infância, com figuras familiares manipuladoras que influenciam de forma inconsciente a visão sobre relacionamentos.
Deixar um relacionamento tóxico não é simples, pois ele muitas vezes envolve um “elo de dor” que cria uma dependência emocional. “As pessoas passam por tantas coisas juntas… e, querendo ou não, aquilo cria um apego, mesmo que seja com alguém problemático”, ressalta Nadja. Esse vínculo pode tornar a separação dolorosa e difícil, já que muitas mulheres passam a ver seu valor e identidade atrelados ao relacionamento, por mais prejudicial que ele seja.
Nadja também aborda como o patriarcado influencia o comportamento masculino, levando à masculinidade frágil. Os homens, ensina a sociedade, devem ser fortes, controladores e superiores, valores que se tornam tóxicos e acabam minando a própria identidade. “A masculinidade é ‘frágil’ porque a sociedade se construiu assim e, do nada, eles pensam ‘o que que eu sou? Eu não tenho valor?'”, destaca a psicanalista.
Muitos homens se sentem intimidados por mulheres bem-sucedidas. Para Nadja, isso se deve à visão tradicional do homem como provedor e protetor. “Há uma disputa clara de poder”, explica, já que alguns homens ainda encontram dificuldade em reconhecer a parceira como igual, fora das expectativas patriarcais de gênero.
Como romper com os ciclos tóxicos?
Para superar padrões emocionais prejudiciais e romper com a dependência de relações tóxicas, o autoconhecimento e o fortalecimento da autoestima são essenciais. É importante buscar apoio sem julgamentos e desenvolver a capacidade de reconhecer e estabelecer limites saudáveis.
Com uma base emocional sólida, é possível construir relações mais equilibradas e saudáveis, onde homens e mulheres coexistam de forma justa e respeitosa.
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