O que deveria ser uma viagem de lazer pela costa da Sicília, na Itália, se transformou em uma experiência de sobrevivência aterrorizante para a britânica Charlotte Golunski, seu companheiro e sua filha de um ano. Os três estavam a bordo do iate de luxo Bayesian, que afundou na madrugada de 19 de outubro, após uma forte tempestade atingir a região de Palermo, levando ao resgate de 15 pessoas. A tragédia deixou tirou a vida de uma pessoa e deixou seis desaparecidos, incluindo o empresário britânico da área de tecnologia Mike Lynch.
Segund o G1, a embarcação possuia 56 metros de comprimento, a embarcação transportava 22 pessoas ao todo — 10 tripulantes e 12 passageiros — quando a tempestade começou, com ventos intensos e trombas d’água no mar. Segundo Charlotte, a sua família sobreviveu porque estava no convés quando o barco começou a afundar. Ela relatou ao jornal italiano La Repubblica que foi acordada por “trovões, relâmpagos e ondas que faziam nosso barco dançar” e descreveu a cena como “o fim do mundo”.
Em meio ao caos, Charlotte passou por momentos de desespero ao tentar salvar sua filha do naufrágio. “Por dois segundos, perdi minha filha no mar, e rapidamente a abracei em meio à fúria das ondas”, contou. “Consegui mantê-la boiando com todas as minhas forças, com meus braços estendidos para cima para evitar que ela se afogasse”. Ela também destacou a escuridão que dificultava qualquer tentativa de orientação e relatou que, mesmo gritando por ajuda, tudo o que ouvia eram os gritos de outras pessoas.
Ao todo, 11 pessoas conseguiram subir em um bote salva-vidas que foi inflado durante o resgate. Charlotte, seu companheiro e a filha foram resgatados sem ferimentos graves e levados ao hospital para exames.
Karsten Borner, capitão de um barco que estava próximo, relatou que sua tripulação ajudou a resgatar sobreviventes no bote salva-vidas, incluindo três pessoas que ficaram gravemente feridas. Ele explicou que a tempestade foi tão intensa que o iate tombou e afundou em “alguns minutos”. “Tudo aconteceu em muito pouco tempo”, afirmou Borner à agência de notícias italiana Rai.
Pescadores locais que testemunharam o desastre também relataram o impacto da tempestade. Giuseppe, a bordo de um barco a motor, contou à Reuters que avistou “tapetes e camisetas flutuando no mar”. Já Fabio Cefalù, capitão de uma traineira, relatou que viu clarões de um sinalizador no mar por volta das 4h15. “Esperamos a tromba d’água passar. Depois de 10 minutos, fomos para o mar e vimos almofadas e outros itens do barco [afundado], mas não vimos ninguém”, declarou à agência EVN.
Outro pescador afirmou ter visto o iate afundar com os próprios olhos. “O barco ainda estava flutuando e, de repente, desapareceu. Eu o vi afundar com meus próprios olhos”, disse ele ao Giornale di Sicilia.
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