O vício em apostas tem levado cada vez mais brasileiros a enfrentar crises financeiras e emocionais. Um exemplo marcante é o de Felipe (nome fictício), 38, pai de três filhos, morador de Niterói, Rio de Janeiro, que contou sua história à Folha de S. Paulo. Ele viu sua vida ruir após mergulhar no mundo das apostas esportivas e cassinos online. Felipe perdeu seu casamento de 10 anos, o emprego de gerente de equipe e mais de R$ 100 mil. Atualmente, ele está em tratamento para lidar com o vício, frequentando reuniões dos Jogadores Anônimos.
Felipe conta que seu envolvimento com apostas começou de maneira inocente, quando um colega de trabalho lhe apresentou as apostas esportivas. Como ele entendia de futebol, se interessou pela possibilidade de ganhar dinheiro, mas rapidamente a situação saiu de controle. “Quando a gente ganha, o ego fica inflado”, relata. Durante a Copa do Mundo de 2022, Felipe chegou a ganhar R$ 62 mil em apenas uma hora. No entanto, em vez de quitar as dívidas, ele decidiu continuar apostando. “Perdi todo o dinheiro”, revela.
Com o passar do tempo, Felipe migrou das apostas esportivas para o cassino online, e as perdas aumentaram. Ele começou a pegar dinheiro emprestado de amigos, familiares e até mesmo agiotas. “Era uma tortura psicológica. Conseguia R$ 500, R$ 1.000 e isso ia embora em questão de horas. Já acordei de madrugada esperando o salário cair para jogar”, descreve.
A situação se agravou quando Felipe passou a desviar dinheiro de sua esposa e funcionários para sustentar o vício. “Cometi atos ilícitos”, admite. Ele utilizava o aplicativo do banco para pegar dinheiro de pessoas próximas e, sem margem para empréstimos em seu nome, pedia que subordinados fizessem empréstimos consignados por ele. “Pedia dinheiro para meus funcionários“, conta.
A crise chegou ao ápice em março de 2023, quando Felipe perdeu o emprego e o casamento terminou. A esposa descobriu um empréstimo de R$ 20 mil feito em nome dela e decidiu se separar. “Descobri depois que minha irmã, minha esposa e meus pais conversavam para tentar entender se eu estava usando álcool ou drogas”, diz. Sem o apoio da família e dos amigos, Felipe se viu completamente isolado e voltou a morar com os pais.
O ponto de virada aconteceu quando um familiar fez um levantamento de suas dívidas, que somavam R$ 98 mil. Essa pessoa quitou o valor e, em seguida, o levou a uma reunião dos Jogadores Anônimos, onde Felipe encontrou apoio. “Fui acolhido sem julgamentos, só escuta de histórias parecidas. Sou muito grato, era a última esperança”, afirma.
Atualmente, Felipe participa das reuniões dos Jogadores Anônimos três vezes por semana e, desde janeiro deste ano, conseguiu voltar ao mercado de trabalho, atuando em uma empresa de São Paulo no regime home office. Ele passa uma semana no Rio de Janeiro e outra na capital paulista.
O caso de Felipe é apenas um dos muitos relatos de brasileiros que têm enfrentado os efeitos devastadores do vício em apostas, uma situação que, segundo especialistas, tem se agravado com a crescente popularidade das plataformas de jogos online no país.
Nesta segunda-feira (4), o Brasil se despede de Agnaldo Rayol, que faleceu aos 86 anos…
O cantor Agnaldo Rayol, uma das vozes mais marcantes da música brasileira, faleceu na madrugada…
A perda de Filó, uma cadela da raça bulldog francês de cerca de dois anos,…
No competitivo mercado de trabalho, a preparação para entrevistas de emprego costuma envolver currículos impecáveis…
Você já parou para pensar no motivo de dormir abraçado ao travesseiro? Esse hábito comum…
O cinema consegue traduzir sentimentos e vivências que, muitas vezes, vão além das palavras. No…