Nesta terça-feira (10), a cidade de São Paulo voltou a liderar o ranking mundial de qualidade do ar com pior índice, de acordo com o site suíço IQAir. Às 8h20 da manhã, a capital paulista registrava 158 pontos no índice, que classifica a qualidade do ar como insalubre. No dia anterior, segunda-feira (9), São Paulo já havia alcançado o primeiro lugar no ranking, o que evidencia a gravidade da situação atmosférica na cidade.
O índice IQAir é baseado em uma escala que vai de 0 a 500 pontos, onde de 0 a 50 a qualidade do ar é considerada boa; de 51 a 100, moderada; de 101 a 150, insalubre para grupos sensíveis; e de 151 a 200, insalubre para toda a população. A partir de 201 pontos, a qualidade do ar é muito insalubre, podendo atingir níveis perigosos acima de 300 pontos.
A cidade de Dubai, nos Emirados Árabes, ocupava o segundo lugar no ranking com 139 pontos, abaixo dos 158 registrados na capital paulista.
Segundo o portal Metrópoles, o tempo seco e a alta concentração de material particulado no ar têm afetado diretamente a saúde dos paulistanos. Ariane Lia, aposentada de 65 anos, relatou sintomas como sede excessiva, mal-estar, dores de cabeça e sensação de desequilíbrio. Já a personal trainer Sandra Moraes, de 46 anos, disse que o cenário está “bem complicado” e recomendou que seus alunos evitem exercícios ao ar livre. “A hidratação é essencial neste período”, afirmou.
A situação também tem sido desafiadora para profissionais que dependem de atividades físicas intensas ao ar livre. Agenor Lucas, de 75 anos, que trabalha com reciclagem e carrega carrinhos de até 400 quilos, destacou a dificuldade em respirar durante o trabalho. “Quando o tempo está seco, subir ladeiras fica ainda mais difícil”, lamentou.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), uma vasta mancha de ar seco, com cerca de 3.000 quilômetros de extensão, tomou conta de diversas regiões do Brasil, agravando a poluição atmosférica. O instituto emitiu um alerta de perigo devido à baixa umidade do ar para 12 estados e o Distrito Federal. Entre os estados afetados estão São Paulo, Goiás, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, e outros, com umidade relativa do ar variando entre 20% e 12%.
Com essas condições climáticas, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) classificou a qualidade do ar na capital como “muito ruim”. A Cetesb explicou que a combinação de estiagem prolongada e ventos fracos dificulta a dispersão dos poluentes, elevando a concentração de material particulado em suspensão.
A baixa umidade e a má qualidade do ar aumentam o risco de doenças respiratórias, agravamento de quadros alérgicos e outras complicações pulmonares. Especialistas recomendam que a população redobre os cuidados com a hidratação, evite exercícios físicos ao ar livre e, sempre que possível, mantenha-se em ambientes fechados e úmidos.
Além da saúde pública, o tempo seco também eleva os riscos de incêndios florestais, principalmente em áreas de vegetação ressecada.
A previsão para os próximos dias não indica alívio, o que exige atenção redobrada das autoridades e da população.
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