Pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, identificaram dois tipos de alimentos ultraprocessados que podem aumentar significativamente o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). O estudo, publicado recentemente na revista The Lancet, revelou que evitar esses alimentos pode preservar a saúde cardiovascular.
Os cientistas da Escola de Saúde Pública TH Chan de Harvard acompanharam os hábitos alimentares de cerca de 200 mil pessoas para analisar o impacto de alimentos ultraprocessados na saúde do coração. Os dados foram coletados de três grandes estudos: The NHS Nurses’ Health Study e outros dois que monitoraram enfermeiras e homens adultos ao longo de várias décadas.
A análise considerou o consumo de 10 categorias de alimentos, incluindo pães, cereais, sobremesas embaladas, salgadinhos, bebidas açucaradas, carnes processadas, pratos prontos e iogurtes, entre outros.
Apesar da má reputação dos alimentos ultraprocessados, o estudo mostrou que nem todos têm o mesmo impacto na saúde. Salgadinhos, cereais matinais e iogurtes à base de laticínios foram associados a um menor risco de doenças cardíacas. Especialmente os iogurtes com bactérias probióticas ou ácidos graxos específicos podem até reduzir o risco cardiovascular. “Reduzir a quantidade de sódio, gorduras saturadas, açúcares adicionados e aditivos não essenciais para a saúde humana, substituindo-os por ingredientes como cereais integrais e alguns tipos de lanches, pode aumentar o valor nutricional da dieta”, recomendam os autores.
Os alimentos ultraprocessados são aqueles prontos para o consumo imediato, como salgadinhos de pacote, refrigerantes, macarrão instantâneo e biscoitos recheados. Ao contrário dos alimentos processados, que podem ser consumidos ocasionalmente, os ultraprocessados contêm ingredientes nocivos à saúde, como conservantes, corantes e adoçantes artificiais. Para identificá-los, os especialistas recomendam verificar os rótulos: “A presença de ingredientes com nomes desconhecidos, como açúcar invertido, maltodextrina, frutose, xarope de milho, aromatizantes e emulsificantes, é o principal indicador de que se trata de um ultraprocessado”.
O estudo enfatiza a importância de priorizar alimentos menos processados na dieta. Incorporar pães e cereais integrais e evitar carnes processadas e bebidas adoçadas são passos simples para reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
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