Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024, que começam em 28 de agosto, prometem ser uma celebração de força, perseverança e superação. No entanto, alguns atletas podem enfrentar um desafio inusitado que nada tem a ver com sua performance esportiva, mas sim com uma regra peculiar sobre tatuagens.
Muitos atletas escolhem marcar suas conquistas com tatuagens, e os anéis olímpicos são um símbolo icônico para aqueles que competiram nas Olimpíadas. Contudo, para os atletas paralímpicos, essa celebração pode se tornar um problema sério.
O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) impõe uma regra rígida contra a chamada “publicidade corporal”. Essa norma se aplica também às tatuagens dos anéis olímpicos, mesmo que o IPC seja uma organização distinta do Comitê Olímpico Internacional (COI). A regra, aplicada sem exceção, proíbe qualquer forma de publicidade corporal, incluindo a exibição dos anéis olímpicos.
Josef Craig, nadador britânico com paralisia cerebral, sentiu na pele as consequências dessa norma. Durante o Campeonato Europeu de Natação do IPC em Portugal, em 2016, Craig venceu a bateria dos 100m estilo livre na classe S8. Porém, sua vitória foi rapidamente anulada pelos oficiais, que o desclassificaram devido à tatuagem dos anéis olímpicos visível em seu peito.
Um porta-voz do IPC explicou: “Publicidade corporal não é permitida de forma alguma e isso inclui os anéis olímpicos. O atleta não usou uma cobertura e, portanto, foi desclassificado. Todas as equipes são informadas sobre a política de publicidade em uma reunião técnica antes da competição. Não foi como se eles não tivessem sido lembrados sobre as regras.”
Desde então, atletas têm se mostrado criativos para evitar punições. Para os Jogos Paralímpicos de 2016 no Rio, Josef Craig encontrou uma solução engenhosa: em vez de simplesmente cobrir sua tatuagem, ele pintou sobre os anéis olímpicos com a imagem da bandeira do Reino Unido. Dessa forma, ele pôde demonstrar seu orgulho nacional enquanto obedecia às regulamentações.
Apesar das críticas, a regra continua em vigor e deve ser aplicada nos próximos Jogos Paralímpicos de Paris. Com 549 eventos de medalhas programados, há uma preocupação crescente de que vários atletas possam ser afetados por essa norma.
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