Nesta sexta-feira (23), Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank anunciaram através de suas redes sociais que a Justiça Federal do Rio de Janeiro condenou a influenciadora e socialite Dayane Alcântara a oito anos e nove meses de prisão em regime fechado por injúria racial e racismo contra sua filha, Chissomo, mais conhecida como Titi.
Segundo G1, o caso, que teve início em 2017, ganhou notoriedade quando Bruno Gagliasso registrou uma ocorrência na Delegacia de Crimes de Informática (DRCI) após a influenciadora ter proferido ofensas racistas contra Titi nas redes sociais. A menina, que tinha apenas quatro anos na época, tornou-se alvo de ataques racistas, desencadeando uma longa batalha judicial que culminou na sentença histórica proferida esta semana.
Segundo a advogada Silvia Souza, que representou o casal no processo, “essa é a maior condenação criminal para o crime de racismo que se tem notícia no Brasil e com regime inicial fechado. Essa decisão nos dá uma fagulha de esperança que crimes de racismo bárbaros como esse, especialmente por meio de redes sociais que podem ter alcance global, não passem impune”.
Em uma nota à imprensa, a outra advogada da família, Juliana Souza, também destacou a importância da decisão: “Existe aquela conhecida frase, de que o racismo no Brasil compensa. Hoje, com essa sentença, podemos dizer que não, não compensa”.
O casal celebrou a decisão, mas também fez uma reflexão sobre o estado atual do combate ao racismo no Brasil. Em sua declaração pública, eles ressaltaram: “Hoje a gente vem celebrar uma vitória contra o racismo. E sabemos que, infelizmente, esta vitória acontece por termos visibilidade e brancos e, portanto, mais ouvidos que a população negra que, desde que foi sequestrada para este país, não para de gritar e sangrar. Nunca é tarde, mas ainda é tarde”.
Bruno e Giovanna também enfatizaram a importância do apoio público durante o processo e expressaram sua gratidão pela atuação firme da Justiça: “Como pais, estamos emocionados e agradecemos: a comoção pública foi fundamental para este avanço. Não temos mais nada a declarar, mas seguiremos vigilantes porque o racismo está longe de acabar”.
A Justiça Federal informou que o processo corre em segredo de Justiça por envolver uma menor de idade. A condenação marca um momento histórico no Brasil, sendo a primeira vez que uma pessoa é sentenciada a prisão em regime fechado por um crime de racismo no país.
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