Isabel Veloso, uma influenciadora digital conhecida por compartilhar sua batalha contra o linfoma de Hodgkin, recentemente anunciou uma nova e inesperada fase em sua vida: a gravidez. O anúncio gerou uma onda de apoio e preocupação nas redes sociais, levando sua médica, a paliativista Melina Branco Behne, a se pronunciar publicamente sobre o assunto.
Isabel foi diagnosticada com linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que afeta o sistema linfático, e que no seu caso foi considerado incurável após várias tentativas de tratamento. Apesar das orientações médicas, Isabel decidiu engravidar, uma escolha que não era recomendada devido aos riscos elevados tanto para ela quanto para o bebê.
A Dra. Melina Branco, responsável pelos cuidados paliativos de Isabel, utilizou suas redes sociais para esclarecer a situação. “A orientação desde o início sempre foi para não engravidar, por causa dos riscos das medicações que a Isabel estava usando e até pela doença mesmo”, explicou a médica. No entanto, ela afirmou que Isabel está atualmente em uma condição estável e controlada, graças ao uso de cuidados paliativos, especialmente o canabidiol, que ajudou a controlar os sintomas e proporcionar qualidade de vida.
“O quadro da Isabel está estável, controlado. Ela está conseguindo-se manter controlada e sem sintomas, sem dor, na maior parte do tempo. Faz tempo que não precisa usar também o oxigênio. Isso é muito bom, para isso que servem os cuidados paliativos: para realmente continuar seguindo e conseguindo desenvolver e resolvendo mais os objetivos da vida”, comentou a Dra. Melina.
Contudo, a gravidez traz novas incertezas. O uso de canabidiol foi suspenso devido à falta de estudos sobre os possíveis impactos da substância no feto. A Dra. Melina explicou que agora a prioridade é encontrar outras formas de controlar os sintomas de Isabel durante a gestação, com medicações que já são conhecidas por serem seguras para grávidas.
Especialistas em oncologia também expressam preocupações. A Dra. Adriana Shceliga, onco-hematologista do grupo Oncoclínicas, destaca os perigos envolvidos em gestar com um câncer em estágio terminal. Segundo ela, “um linfoma em estágio avançado pode comprometer a capacidade do corpo da mãe de suportar uma gravidez, especialmente se ela estiver enfrentando sintomas como fadiga extrema, perda de peso significativa ou se a doença tiver se espalhado para órgãos vitais.” Isabel já revelou que seu tumor, com 17 centímetros, está perigosamente próximo do coração e dos pulmões, aumentando ainda mais os riscos.
A Dra. Adriana acrescenta que a gravidez pode exacerbar os sintomas do câncer e acelerar a progressão da doença, além de aumentar as chances de complicações obstétricas e parto prematuro. As opções de tratamento durante a gestação são limitadas, uma vez que muitas terapias podem colocar em risco tanto a mãe quanto o bebê.
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