A atriz Ana Hikari, conhecida por seus papéis em “Malhação: Viva a Diferença” e “As Five”, utilizou as redes sociais para denunciar um episódio de racismo que vivenciou em seu local de trabalho durante a comemoração dos 116 anos da imigração japonesa no Brasil.
“Hoje no trabalho, fui chamada de japonesa na empresa que trabalho há sete anos e onde todos sabem o meu nome. São 116 anos de imigração japonesa, 116 anos que os primeiros japoneses chegaram no Brasil e escolheram esse país para ser seu novo lar. Tem mais de 100 anos que meus avós maternos se mudaram para o Brasil e se naturalizaram cidadãos brasileiros. Minha mãe nasceu aqui, ela é brasileira. Eu nasci aqui, sou brasileira”, começou Ana em seu desabafo.
A atriz destacou que, apesar de sua família paterna não ter descendência asiática, ela ainda é vista por muitos como estrangeira. “Ainda assim, 116 anos dos meus antepassados receberem o direito de serem cidadãos em outro país, 29 anos depois de eu nascer brasileira, ainda sou obrigada a ouvir me chamarem de japonesa”, refletiu.
Segundo o MSN, Ana Hikari também mencionou que situações semelhantes já aconteceram outras vezes este ano, ressaltando que pessoas com ascendência asiática, como ela, “ainda são vistas e tratadas como estrangeiros no próprio país.”
Em um ponto crítico de seu desabafo, a atriz enfatizou como é ser reduzida a estereótipos raciais em vez de ser reconhecida por sua identidade e individualidade. “Numa empresa que trabalho há sete anos ainda tem gente que me chama pela ‘raça’ e não pelo nome. Até podia chamar pelo nome da minha personagem, que em uma gravação todo mundo sabe e está tudo certo, mas nem isso”, lamentou.
Ana ainda abordou a questão do uso de termos como “japa”, que perpetuam preconceitos e ignoram a diversidade e a identidade pessoal. “Chamar alguém de japa é só jogar os seus preconceitos sobre o que você imagina de uma ‘pessoa japonesa’ em cima de alguém amarelo e ignorar que ela também pode ser de origem chinesa, coreana, taiwanesa, etc. Você está basicamente ignorando a individualidade daquela pessoa, o nome dela, a origem dela, a nacionalidade dela, jogando ela num bolinho de gente que você imagina que ela é ou deve ser.”
Concluindo seu desabafo, a atriz afirmou: “Vou te contar um segredo: ignorar a individualidade de alguém baseado em pré-conceitos pautados na raça também pode ser delicadamente chamado de racismo.”
A denúncia de Ana Hikari joga luz sobre a persistência do racismo e da xenofobia, mesmo em um país com uma rica e diversa história de imigração como o Brasil. Seu relato serve como um lembrete da importância de respeitar e reconhecer a individualidade e a identidade de cada pessoa, independentemente de suas origens.
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