Na Holanda, um caso recente reabre o debate sobre eutanásia e qualidade de vida. Esther Beukema, aos 33 anos, despediu-se da vida em 10 de dezembro de 2021, após uma longa batalha contra a anorexia nervosa. Sua história é um exemplo das complexidades e dilemas éticos envolvidos nessa prática legalizada no país há mais de duas décadas.
Desde os 18 anos, Esther expressava seu desejo pela eutanásia. Sua mãe, Ellen, recorda suas conversas: “Eu não quero existir”, dizia ela. Após inúmeras tentativas de suicídio, Esther optou pela eutanásia, rodeada pelos que amava. Seu quarto de infância foi o cenário desse adeus, com a presença afetuosa da mãe, do pai e do irmão mais novo.
A decisão dividiu a família. Enquanto Ellen buscava compreender a escolha da filha, seu pai, Rob, enfrentava dificuldades em aceitar, acreditando que sempre haveria esperança de melhora. Esse conflito colocou pressão em seu casamento, mas com o tempo, Rob também encontrou paz: “Ela não precisava morrer sozinha, ela estava com as pessoas que amava.”
O caso de Esther traz à tona as políticas holandesas sobre eutanásia. Segundo a Lei de Terminação da Vida, é permitida a morte assistida para condições físicas e psiquiátricas, desde que o sofrimento seja considerado “insuportável, sem perspectivas de melhora” e que não haja “alternativa razoável”.
A história de Esther ressalta a importância de discutir não apenas a legalidade, mas também a ética por trás da eutanásia. Sua mãe destaca: “Não é a duração da vida, é a qualidade de vida que é mais importante.” Em Soest, a família Beukema mantém vestígios de Esther, lembrando que sua presença ainda ecoa entre eles.
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