Na rua Brasópolis, na Zona Sul de São Paulo, a moradora de rua Diana Maria de Assunção, uma faxineira de 55 anos, prova que a falta de um lar fixo não é motivo para apagar o brilho do Natal. Há quatro anos vivendo em uma barraca na calçada, Diana transformou seu modesto abrigo em um pedaço especial de celebração natalina.
“Natal é vida, e eu estou viva, né? Não morri ainda. Não é a casa, mas aqui eu trato como uma casa porque moro aqui. A decoração dá paz, alegria, vida. Eu gosto demais disso. Não é porque a gente mora na rua que vai viver apagado”, destaca Diana com um sorriso no rosto.
Com os pés descalços e uma vassoura na mão, Diana convidou a equipe do G1 para conhecer seu cantinho dedicado ao Natal, montado com doações de voluntários. Um presépio, uma árvore enfeitada com embrulhos vazios, e um varal com itens natalinos compõem a decoração cuidadosamente montada por ela.
“Acho tão bonito essa aqui [estrela vermelha] na árvore. Olha lá aquele Papai Noel! Essa casinha aqui eu ganhei. É casinha de cachorro, mas fiz uma casa, um presépio. Aqui, ó, são presentes, mas não são verdadeiros. São embrulhos vazios ou com panos. Se fosse de verdade nem estaria aqui, já tinham levado. Tem também calendário de 2024 e a imagem de Jesus. Ele tem que ter para nos proteger”, compartilha Diana, revelando o cuidado e o significado por trás de cada elemento da decoração.
A paixão de Diana pelo Natal vem desde a infância, quando acreditava em Papai Noel e adorava bonecas. “Sei que sou velha, mas eu gosto. E quando tinha casa a gente comemorava, fazia decoração. E quero continuar com isso”, expressa ela com nostalgia.
Voluntários começaram a doar itens natalinos, como árvores decoradas, bonecas para o presépio e bonecos de Papai Noel, desde novembro. Diana, com talento e dedicação, monta sua decoração e se alegra com cada novo enfeite.
“Eu vou ganhando e montando. Comecei esse ano cedo, mês passado. Depois, eu jogo tudo porque não tem onde guardar. Aí vai chegando fim de ano e vou ganhando tudo de novo. E eu não peço. Eles que me dão. Esses mesmo que estão aqui são todos novos. E tenho talento para montar, viu?”, diz orgulhosamente.
Diana, que vive em situação de rua há 10 anos, atribui sua condição a conflitos familiares. “Sou mãe de uma filha linda, que foi algo bom que fiz. Ela mora com o pai. Eu fico aqui. Mas quando der pra sair da rua eu saio. Não gosto de falar muito sobre como vim parar aqui porque é coisa do passado. Mas o que importa é que estou com saúde e muito bem”, afirma com serenidade.
Ao ser questionada sobre o presente de Natal que gostaria de receber, Diana responde com simplicidade: “Tendo saúde está ótimo e estou maravilhosa com isso. Mas a única coisa que queria acrescentar aqui é um pisca-pisca. Todos que me deram queimaram. Porém, também o que vier está bom”.
Ela finaliza com gratidão: “Deus é muito bom com a gente e a gente não agradece. Deus me protegendo das coisas da rua, que a gente sabe que é muito perigoso, está bom. Aqui é rua, não é fácil. Até decoração já levaram de mim. Mas graças a Deus não aconteceu nada comigo”.
Com informações de G1
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