Na última segunda-feira (24), o jovem congolês Moïse Kabamgabe, de 24 anos, foi vítima de agressões e espancado até a morte, depois de cobrar o pagamento de seu salário atrasado em um quiosque na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Moïse vivia há quase 11 anos no Rio de Janeiro e era praticamente carioca, falava português fluentemente e sempre demonstrou interesse em aprender.
Sua mãe, Ivana Lay prestou um depoimento emocionante ao jornal Extra, onde fala sobre a vinda do filho ao Brasil e das dificuldades que a família enfrentou no país de origem, a República Democrática do Congo.
Ivana e sua família moravam em uma região do país que é foco de uma guerra tribal civil entre os hema e os lendu, a família da mulher é Hema. “Essas duas tribos, até hoje, são problemáticas. Nessa guerra, eles mataram a minha mãe, meus parentes, toda a minha família.”, conta Ivana.
“Na minha cabeça, eu tinha que fugir para o Brasil para ficar calma. Viemos para cá em 2014. Meus filhos começaram a estudar. Eles chegaram aqui pequenos. O Moïse chegou aqui com 11 anos, em 15 de fevereiro de 2011. Ele veio primeiro. Nesses anos todos, o meu filho virou um brasileiro. Tudo dele era do Brasil. Ele sabia como trabalhar no Brasil, fez muitos amigos.”, revela.
Sobre o quiosque que o filho trabalhava, a mãe conta que Moïse trabalhou desde antes da pandemia e conhecia todos do local. No dia do ocorrido, o rapaz saiu de casa para trabalhar e disse para Ivana que pegaria o dinheiro. “Acho que ele foi reclamar, e bateram nele. Cinco pessoas bateram nele.”, relata a mãe.
Na manhã do dia seguinte, como ele não havia voltado para casa, a família de Moïse começou a se preocupar. O irmão do jovem chegou a ligar duas vezes para Ivana, perguntando sobre o rapaz. “Em nenhum momento, eu tinha pensado que o meu filho estava morto. Pensava num acidente ou algo parecido. Às 11h, um africano me ligou e disse que o Moïse havia falecido e estava no IML”, relata a mãe.
“A gente vem para cá achando que todo mundo vai viver junto. Que é todo mundo igual, mas não. Eu só quero justiça. E peço: por favor, me ajudem. Eu não tenho nada. Não tenho parente nenhum aqui. Eu não sei o que vai acontecer. Não sei aonde vamos parar.”, diz Ivana.
“Espero que esse caso não caia no esquecimento, como tudo cai. Quando meu povo, no Congo, soube, eles fizeram um protesto. Eles gritaram contra isso. A todo tempo recebo mensagens de lá. A todo instante, revivo essa dor terrível que foi a partida do meu filho. Se eu saio lá fora, eu vejo o Moïse. Tudo no Brasil me lembra dele. Ele estava novinho. Havia acabado de fazer 24 anos. Ele só queria viver como todo mundo.”, continua.
Por fim, Ivana diz:
“Eu fugi do Congo para que eles não nos matassem. No entanto, eles mataram o meu filho aqui como matam em meu país. Mataram o meu filho a socos, pontapés. Mataram ele como um bicho.
Eu vi na televisão que, aqui no Brasil, se um cachorro morrer, há várias manifestações. Então, eu quero que todo mundo me ajude com justiça. Eu não sei mais como será a minha vida. Por favor, me ajudem”.
Com informações de Yahoo
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