Anne Frank (1929-1945) foi uma jovem judia que marcou a história depois de escrever seu diário, o relato em primeira pessoa mais famoso sobre a vida dos judeus durante o conflito da Segunda Guerra Mundial, conhecido como “O Diário de Anne Frank”.
A garota faleceu aos 15 anos, em 1945, em um campo de concentração nazista, depois de passar dois anos escondida.
Hoje, 77 anos depois de sua morte, uma investigação identificou um suspeito que pode ter revelado o esconderijo de Anne e sua família para os nazistas: Arnold van den Bergh, um judeu de Amsterdã, falecido em 1950, que provavelmente teria revelado o esconderijo dos Frank para salvar sua própria família.
A equipe de investigação responsável é formada por um ex-agente do FBI (a polícia federal americana), historiadores e outros especialistas e passou seis anos usando algoritmos de computador para procurar conexões entre várias pessoas diferentes, para desvendar o “caso arquivado”.
Van den Bergh havia sido membro do Conselho Judaico de Amsterdã, um órgão forçado a implementar a política nazista em áreas judaicas. O grupo foi dissolvido em 1943, e seus membros foram enviados para campos de concentração.
Mas, a equipe descobriu que Van den Bergh não foi levado para nenhum dos campos e estava morando normalmente em Amsterdã na época. Havia também a hipótese de que um membro do Conselho Judaico estava fornecendo informações aos nazistas.
“Quando van den Bergh perdeu toda sua série de proteções que o isentavam de ir para os campos, ele teve que fornecer algo valioso aos nazistas com quem teve contato para que ele e sua esposa ficassem seguros”, contou Vince Pankoke, ex-agente do FBI, ao programa 60 Minutes, da rede americana CBS.
A equipe, entretanto, relutou com a hipótese de que outro judeu era provavelmente o traidor. Mas também encontrou evidências sugerindo que Otto Frank, o pai de Anne, pode ter sabido disso e mantido em segredo.
Nos arquivos de um investigador anterior, eles encontraram uma cópia de um bilhete anônimo enviado a Otto Frank identificando Arnold van den Bergh como seu delator.
“Mas temos que ter em mente que o fato de [van den Bergh] ser judeu apenas significava que ele foi colocado em uma posição insustentável pelos nazistas para fazer algo para salvar sua vida”, completou Pankoke.
O museu Casa de Anne Frank fez um comunicado oficial que reconhecia as descobertas da equipe de investigação. O diretor-executivo da instituição, Ronald Leopold, acrescentou que a pesquisa “gerou novas informações importantes e uma hipótese fascinante que merece mais estudos”.
O museu declarou que não esteve diretamente envolvido na investigação, mas compartilhou seus acervos com a equipe.
Com informações de Yahoo
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Não sei nem quero saber o que eu faria se precisasse denunciar uma familia, a fim de salvar a minha, caso Deus não me ajudasse a formular um Plano B, mais misericordioso e justo, que salvasse ambas.