O camaleão conhecido com o peculiar nome de Voeltzkowi é uma espécie endêmica de Madagascar, registrada pela primeira vez no ano de 1893. Segundo os poucos estudos existentes sobre a espécie, estima-se que sua expectativa de vida em adultos chegue a alguns meses apenas, morrendo logo após colocar seus ovos. Isso explicaria o seu pouco avistamento por cientistas.
Porém, há alguns meses, depois de mais de um século listado como extinto, o animal foi redescoberto no noroeste de Madagascar. Um grupo de cientistas realizava uma ousada expedição, com faróis, lanternas e todo tipo de equipamento necessário para desbravar o luar. Foi então que no sexto dia de expedição que eles deram de cara com a espécie. 2021 começa bem pra natureza.
“Foi uma mistura única de grande prazer, emoção e alívio. Se uma fêmea encontra um macho, eles são alertados quando manipulados por humanos, eles rapidamente obtêm um padrão muito marcante que inclui preto, branco e azul como cores predominantes.” disse Frank Glaw, líder da expedição e chefe do Departamento de Vertebrados da Coleção de Zoologia do Estado da Baviera.
As fêmeas são geralmente de tonalidade esverdeada e dormem em galhos durante à noite. Quando se sentem em perigo, como explica Glaw à mídia local, eles mudam de cor e alertam uns aos outros, principalmente quando sentem a presença de humanos.
“A brevidade de suas vidas pode ser uma das razões pelas quais eles iludiram os investigadores por tanto tempo. Você tem que estar no lugar certo na hora certa para ser capaz de detectar esses camaleões.”, destacou.
É importante lembrar que a expedição vem sendo realizada desde 2018, mas o achado foi recente e publicado no jornal Salamandra.
Glaw e outros cientistas também explicaram que, segundo os critérios da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), a espécie deve ser considerada em risco de extinção. Como a notícia é relativamente nova, a descoberta ainda não foi avaliada pela entidade.
Este tipo de camaleão foi uma das 25 espécies perdidas mais procuradas nos últimos tempos, de acordo com a Global Wildlife Conservation. Há algum tempo, 6 dessas espécies felizmente foram encontradas.
É a natureza nos trazendo boas notícias para um ano novo, fazendo a gente se esquecer o pouco do caos de 2020.
Com informações Global Wildlife e Salamandra Journal
Foto: Kathrin Glaw
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