se você puxar pela memória, tenho certeza que vai recordar de bons e maus momentos da sua infância, principalmente dentro da sua família.
este texto é só pra falar da superfície do que pode acontecer. nem vou adentrar em temas mais complexos e notórios, porque o simples fato da gente ter o histórico de alguém da família que sabotou ou quase destruiu por completo o nosso emocional é de uma proporção constrangedora.
no meu caso, nas minhas experiências, descobri querer escrever já adolescente, mas desde criança tinha uma sensibilidade pra certos assuntos, ainda mais quando relacionados ao mundo.
sempre fui fã por personagens e símbolos de igualdade, de justiça, daquela velha história do bem contra o mal. o que eu não sabia então é o que mal vem em diferentes discursos e conselhos, ainda mais quando se trata de família.
às vezes nada foi dito intencionalmente, mas foi dito. e isso marca, dói. sendo você um ser humano em formação psicológica e social, imagina o embate.
um dos primeiros e mais corriqueiros casos é o machismo e o comportamento. ser sensível era meio que proibido, porque significaria que eu fosse “afeminado, “fresco”. de quantos tios, tias e primos ouvi comentários sobre.
já adolescente, na fase que você realmente tá aprendendo com os seus próprios erros e sonhos, existem os familiares que querem te dizer “o melhor caminho”.
quando chegou o momento de entrar na faculdade, pra mim, deve ter sido a época mais dura. decidi por cursar história e com o senso crítico cada vez mais apurado e a escrita aflorando ainda mais, ouvi coisas como: profissão de vagabundo, tem que prestar concurso, isso não leva a nada e etc.
nenhuma dessas opiniões mudaram o meu curso, mas sim, deixaram marcas. logo depois o problema foi com a escrita. nossa, quando aceitei que escrever era algo que eu queria pro resto da minha vida, meus amores, foi porrada de todos os lados.
fui criticado por família, por amigos, por relacionamentos íntimos e qualquer outra relação interpessoal que você possa imaginar.
conto no dedo quem acreditou em mim. pra resumir, família sabota também. família não é imune porque te ama. amor é outra coisa.
Imagem de capa: Vladimir Fedotov via Unplash
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