Cientistas holandeses fizeram uma fascinante descoberta: um novo órgão no corpo humano. O melhor de tudo é que eles acham que esse possível novo órgão possa vir a servir para tratamentos contra o câncer, podendo inclusive, aumentar a qualidade de vida de pacientes submetidos à radiação da quimioterapia.
A descoberta foi feita pelo oncologista Wouter Vogel e o cirurgião Matthijs Valstar, enquanto ambos desenvolviam um novo método de exames. Foi então que os médicos descobriram novos órgãos salivares.
O par de glândulas está entre o fim da cavidade nasal e o começo da garganta, ou seja, localizado na parte posterior da nasofaringe.
Após a descoberta inédita – a primeira do gênero em 300 anos – VIVA A MEDICINA! a intenção da dupla do Instituto do Câncer da Holanda foi rapidamente se reunir cientistas da Centro Médico Universitário de Utrecht para analisar os órgãos encontrados.
Os estudos foram publicados no final da semana passada na revista científica Radiotherapy & Oncology.
“Pelo que sabíamos, as únicas glândulas salivares ou mucosas da nasofaringe eram microscopicamente pequenas”, afirmou Vogel, através de um comunicado.
Vogel acrescentou que até mil dessas pequenas glândulas podem estar espalhadas pela mucosa. “Então, imagine nossa surpresa quando encontramos [as duas glândulas maiores].”
Os médicos chegaram a fazer uma análise de 100 pacientes que tinham feito exames recentes após terem sido diagnosticadas com câncer de próstata, e foi assim, quase por acaso, que eles encontraram as novas glândulas.
“Nós as chamamos de glândulas tubárias, em referência a sua localização anatômica”, disse Vogel.
Os cientistas decidiram investigar se a radiação usada em tratamentos contra o câncer poderia causar complicações ao atingir essas “novas” glândulas e aí veio a surpresa: segundo a análise, quanto mais radiação sobre essas glândulas recém-descobertas, mais complicações o paciente estava sujeito após o tratamento.
Eles chegaram nessa conclusão junto com outros médicos do Centro Médico Universitário de Groningen, onde 723 foram testados.
“Nosso próximo passo é descobrir como podemos poupar melhor essas novas glândulas e em quais pacientes”, apontou Vogel.
“Se pudermos fazer isso, os pacientes poderão sentir menos efeitos colaterais, o que beneficiará sua qualidade de vida geral após o tratamento”, finalizou.
A intenção dos cientistas agora é expandir o estudo e verificar a viabilidade de todo esse processo.
Com informações Radiotherapy & Oncology e Metrópoles
Foto: reprodução / NKI
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