eu juro que te entendo quando você diz: “ah, meu coração é quem escolhe”. eu mesmo já me disse esta frase muitas vezes. mas vamos fazer um esforço hoje para repensarmos no clichê de não termos escolha? eu nenhum amor é só o coração que conduz. o amor da gente deve ser misturado com a razão. é assim que ponderamos. pena é que muita gente evita fazer uma avaliação realmente detalhada dos próprios sentimentos.
fica bastante genérico e cômodo não colocar a razão na balança. daí tem gente que culpa o amor, culpa o outro – às vezes com motivos, claro – mas não são em todos relacionamentos que alguém precisa assumir uma culpa. às vezes acaba a sintonia e ponto final.
na hora de refletir sobre quem escolher, além de ter o comportamento recíproco, temos que prezar pelo acolher. quem te acolhe bem, dificilmente chega na sua vida para não compartilhar, entender e querer crescer emocionalmente contigo.
e olha, eu não estou escrevendo que isso é uma máxima. queria apenas que você entendesse o seguinte: o amor não se resume a sentir. o amor necessita de reflexão, referência e resguardo. você pode sim mergulhar, mas não custa nada se esforçar um pouquinho pra conhecer melhor se é algo oceânico ou raso. autossabotagem por omissão e consciência das suas emoções é o pior dos cenários quando é pretendido viver o amor.
sem consideração por você, o amor cansa. em pouco tempo ele vai desbotar e quem vai sair com cicatrizes e traumas é você. escolha quem te acolhe, quem honestamente tem disponibilidade e intuição para te acompanhar, para fazer desse entrelace a dois uma experiência singular que agregue.
por favor, não normalize relações esquecíveis, principalmente confundindo cada uma delas com o amor. não. o amor é essencialmente presencial nos diálogos e da maturidade na recepção da fala dos envolvidos.
Imagem meramente ilustrativa do filme Ghost (1990) – Dir. Jerry Zucker
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