Cientistas brasileiros conseguiram criar um soro com anticorpos retirados de cavalo que é 50 vezes mais potente que o plasma de pessoas que foram diagnosticadas com Covid-19, podendo assim neutralizar o vírus.
Esse trabalho sensacional foi realizado por pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e o resultado foi considerado como sendo “excelente” pelos próprios.
“Temos que fazer tudo com muito cuidado para não criar falsas ilusões, mas a resposta foi impressionante, muito acima das nossas expectativas”, disse ao Estadão o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio (Faperj), Jerson Lima Silva, que é um dos pesquisadores da UFRJ, estando na equipe do projeto que desenvolveu o soro.
Para explicar, o princípio do soro de cavalos é semelhante ao tratamento feito com o plasma de pessoas que tiveram o novo coronavírus – que já vem sendo usado no tratamento da doença para oferecer anticorpos extras ao paciente está na batalha contra o vírus.
A diferença agora o soro está sendo produzido em cavalos e, segundo os primeiros resultados da universidade, é muito mais potente. Posteriormente, os anticorpos são purificados para poderem ser injetados em pacientes.
O trabalho será submetido à publicação hoje ainda, 13 de agosto, em sessão científica realizada na Academia Nacional de Medicina (ANM).
Jerson Lima Silva contou que um dos motivos de conseguir uma resposta imune tão boa, tanto em termos de anticorpos detectados quanto de sua capacidade para matar o vírus, é que os cientistas usaram uma proteína recombinante inteira e não apenas fragmentos.
O soro desenvolvido pode abrir caminho para um tratamento mais eficiente contra a covid.
Os pesquisadores ficam no aguardo de uma autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para começar a testar do soro em voluntários humanos.
Como se trata de um processo já muito conhecido, os pesquisadores esperam que isso lhes permita pular a fase de testes pré-clínicos, indo assim diretamente para os testes em humanos.
Inclusive, já até existe uma parceria firmada com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) para o caso de aprovação da testagem.
“Mesmo que não consigamos uma eficiência de 100%, poderia ser uma estratégia também combinar essa terapia com a vacina”, indicou Jerson Lima Silva.
Com informações Estadão
Foto: Instituto Vital Brazil
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