Talvez não exista quem, em algum momento de sua vida, não se perca de si mesmo. Perder-se em qualquer sentido, não precisa estar relacionado a se desviar por caminhos perigosos, mas simplesmente não mais se reconhecer diante do espelho. Como se ali estivesse uma outra pessoa, alguém que parece ter se afastado da própria essência.
Os tombos costumam tentar fazer isso com a gente. Após decepções doídas, perdas irreparáveis e doenças assustadoras, voltamos diferentes. Para que possamos nos reerguer e seguir, muitas vezes necessitamos nos esvaziar de tudo o que temos, para que nos reconstruamos renovados e distantes da dor de ontem. E então a gente muda. Tudo muda, ao redor e bem dentro da gente.
Somos motivados por sonhos, por desejos e por vontade de vencer, de dar certo na vida. Infelizmente, nem sempre as coisas acabam caminhando como queríamos. Muitas vezes, inclusive, tudo dá errado, nada parece vir mais ao nosso encontro. E a gente cai, e a gente se ferra. E a gente não consegue mais ver sentido em nada. A tristeza vem, as certezas se vão e, com elas, nossa segurança desaparece.
Do mesmo jeito que uma pessoa pode nos levantar, ela também pode ferrar com tudo. Da mesma forma que um emprego pode nos motivar, ele pode acabar com nossas forças. Relacionamentos, da mesma forma, ou nos deixam felizes, ou nos levam para o abismo. Nada é certeza, a vida é imprevisível e muita coisa acaba desmoronando, bem ali na nossa frente. Ah, o sentimento de impotência, que mal ele nos faz.
Acredite, é normal ter a impressão de que você é outra pessoa, de que sua energia não é mais a mesma. E isso nem sempre quer dizer que você está mal. Às vezes, você avança de um tanto, que nem dá tempo de se reconhecer direito. Você cresce por dentro e se livra de pesos inúteis, fica mais leve. Nessa hora, você tem que voltar a se ver como alguém que tem muito amor a oferecer e também merece assim receber.
Quando a gente se reergue, ninguém mais consegue nos enrolar. Quem tenta, a gente expulsa. E segue. Acredite: a gente segue.
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Artigo publicado originalmente em Prof Marcel Camargo
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Sr Marcel, estou me sentindo exatamente assim, mas o que o Sr diz no final eu vejo como ilusório como são ilusórios tds os livros de auto ajuda que já li. Na prática a teoria é bem outra. Doei tanto do amor que eu tinha sem nunca pensar que um dia iria também precisar do amor de alguém, e foi nessa hora que me vi sozinha, ninguém, mas ninguém mesmo se lembrou do pedaço do meu amor que recebeu, e olha que foram fatias generosas. Hoje me sinto vazia, a minha alma doi, e não vejo nada além de uma longa estrada vazia a minha frente. O Sr me perdoe, mas existe sim um ponto final. É o da solidão completa e sem volta, quando você tem apenas duas escolhas, ou aceita e vive essa dor até que Deus decida por um fim, ou você mesma decide por dar esse fim. Não sei se felizmente ou infelizmente acredito que a vida não é minha, é de Deus, e portanto não tenho direito de interrompe-la. O SOFRIMENTO É TÃO GRANDE QUE CHEGO A ACREDITAR QUE É CASTIGO, mas nem isso me consola, pois acredito num Deus que perdoa e não castiga. Assim, sem entender pq isso está acontecendo, fico aqui, paralizada, até que Deus tenha piedade e finalmente decida por colocar fim nessa vida sem sentido.
Sonia, Boa noite. Li em maio...espero que se sinta melhor senão, sou leitora do blog...e seu comentário me deixou reflexiva de tão sincero. Não sei o que houve, mas leia outros textos bem otimistas aqui...faça algo legal por você e só por você, veja um por do sol, abra um vinho, faça algo que te leve para outra energia, para enxergar o azul em vez do preto. Tenha um bichinho.. sei lá..Deus é o amor maior, se você crê realmente nele! Mude seu olhar..se concentre no que é bom,coisas boas ainda estão por vir e viemos neste mundo para aprender e evoluir, não ganhar um prêmio por algo que fizemos aqui.. é difícil, mas temos que tentar... Deixe o que foi ruim ir, e o que é bom fluir!! Um abraço verdadeiro..