Desde menina, escutava falar que “a vida começa aos 40”, isso sempre me intrigou, afinal, o que poderia ter de tão especial nessa fase da vida? Questionei muitas vezes.
Então, chegou a minha vez, a minha estreia no clube dos “enta” foi há 5 anos, no dia 12 de janeiro de 2015. Bem, eu constatei que essa afirmação popular faz todo o sentido.
Eu senti urgência em reavaliar a minha vida, e as minhas escolhas. Eu quis entender quais dos itens da bagagem que eu carregava eram, de fato, meus; ou se eu estava carregando fardo dos outros; ou algum peso morto.
De repente, me deu um estalo, percebi a vida se afunilando, me dei conta de que eu estava na metade do meu caminho; eu decidi viver do meu jeito, com aquilo que faz sentido para mim.
Me desfiz de muita tranqueira, e a faxina continua. Percebi que eu carregava um imenso baú emocional, cheio de tralhas inúteis, porém, pesadas demais.
Eu ainda carregava crenças que pertenciam à minha avó, que só faziam sentido enquanto eu era criança; eu nutria expectativas sem futuro envolvendo outras pessoas; eu me comportava de forma que agradava aos outros, mesmo me machucando muito. Eu tinha um fardo de crenças limitantes que os outros plantaram em mim.
Depois de me livrar de um monte de lixo, comecei a decorar o meu espaço interno com novos adornos. Um mês após completar 40 anos, entrei na faculdade de Psicologia, um sonho adormecido desde a puberdade, terminei a faculdade em dezembro de 2019, estarei colando grau no dia 3 de fevereiro de 2020.
Me lembrei do quanto eu amava escrever, desde criança, quando meu pai me promoveu à “escrevedora” de cartas dele, lá no sítio onde vivi a minha infância. Eu trouxe esse prazer à tona, passei a escrever em minhas redes sociais. Eu escrevia o que sentia vontade, e as pessoas se manifestavam de forma muito positiva. Até que em abril de 2017, aos 42 anos, um grande site publicou um texto meu, me lançando de vez nessa viagem sem volta. Eu só me tornei escritora e Psicóloga, após ignorar um turbilhão de vozes que berravam em meus ouvidos que “eu não era capaz”. Tive que me livrar de uma relação doente também, que me sepultava em vida.
Descobri que o mundo é meu; aprendi a voar sem pedir permissão a ninguém, somente a Deus. Entendi que mereço ser feliz; que mereço toda a reciprocidade do que eu ofereço; parei de aceitar menos do que eu mereço; não aceito mais que podem as minhas asas, nem que amarelem o meu sorriso.
Eu aprendi a me amar como nunca me amei; passei a me achar cada vez mais bonita, interessante e poderosa.
Precisei pedir perdão a mim mesma por todas as vezes em que permiti que me ferissem. Abandonei culpas que não eram minhas.
O mundo é meu, eu me encontrei aos 40 e o continuo nesse caminho de descobertas. Gratidão!
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