Você andou tempo demais pra dentro de você e agora é tarde para eu te alcançar. Moço, essa estrada é longa e você dirige depressa. Agora eu só consigo ouvir o som da tua moto ao longe cruzando esse deserto.
Eu já cruzei desertos e sei que eles ensinam muito sobre a força que existe dentro de cada um de nós. Cada um já esteve em seu próprio deserto e quando o pior parece estar próximo, um oásis aparece bem diante dos olhos. Eu sei como é. Não se desespere. Tudo vai dar certo.
Eu queria te acompanhar até ali na frente, mas não posso cruzar desertos que não são meus. Ainda assim, moço, você podia ter ficado até o sol nascer para eu poder desejar boa sorte e te dar um amuleto.
Eu sei. Você ainda gosta dela. Ainda ouve a voz dela quando vai dormir. Fica pensando nas tempestades que ela causava quando você esquecia a toalha em cima da cama. Você sente saudade, mas finge não sentir e para ninguém perceber a tua dor, você se afasta e afasta as pessoas de você.
Vocês dois juntos formavam um belo par e se amavam na cama como dois alucinados. Lembra? Você se apaixonou pela noite daquela mulher, mas essa noite tirou toda a luz da tua vida. E ainda assim, contrariando todas as probabilidades, você sente falta dela.
Eu também tenho minhas dores e já me apaixonei pela noite de alguém. Eu sei como é, nós os nascidos sob o signo da lua temos uma estranha fascinação por pessoas carregadas de segredos. Você foi enfeitiçado. E o amor, moço, não poupa ninguém. O amor é para os fortes. Você é forte, mas está terrivelmente ferido.
Moço, o teu sorriso conta das lágrimas dos teus olhos, mas o mundo só enxerga o que quer. E nessa estrada, junto dessa casa de madeira, o vento me diz que você está terrivelmente frustrado. Que você está cansado, mas que lá na frente vai encontrar o que precisa.
Moço, você podia ter chorado no meu ombro. Podia ter gritado até esvaziar os pulmões. Você tentou. Você fez tudo que podia por uma pessoa que nunca entendeu nada sobre estar junto.
Você teve suas lutas e agora dirige rápido rumo a si mesmo. Esse caminho é solitário e você vai travar uma guerra silenciosa contra si. Eu já andei por esse deserto por mais tempo que eu gostaria.
Houve noites que eu eu achei que não haveria um novo dia, mas sempre há. Tudo sempre passa. E nós precisamos aprender a passar também. De cabeça erguida de preferência.
É tempo de você se encontrar. De se fazer companhia. De aprender a se gostar. É tempo de você ir até o coração de si mesmo e se abraçar.
Só quando você resistir ao calor do sol, só quando o calor e a luz do dia forem avassaladores você vai aprender sobre a noite e vai buscar o que for realmente bom para você.
E moço, quando isso acontecer, quando você se amar e se deixar amar, vai ser indescritível.
Acompanhe a autora Vanelli Doratioto em Alcova Moderna
Você andou tempo demais pra dentro de você e agora é tarde para eu te alcançar. Moço, essa estrada é longa e você dirige depressa. Agora eu só consigo ouvir o som da tua moto ao longe cruzando esse deserto.
Eu já cruzei desertos e sei que eles ensinam muito sobre a força que existe dentro de cada um de nós. Cada um já esteve em seu próprio deserto e quando o pior parece estar próximo, um oásis aparece bem diante dos olhos. Eu sei como é. Não se desespere. Tudo vai dar certo.
Eu queria te acompanhar até ali na frente, mas não posso cruzar desertos que não são meus. Ainda assim, moço, você podia ter ficado até o sol nascer para eu poder desejar boa sorte e te dar um amuleto.
Eu sei. Você ainda gosta dela. Ainda ouve a voz dela quando vai dormir. Fica pensando nas tempestades que ela causava quando você esquecia a toalha em cima da cama. Você sente saudade, mas finge não sentir e para ninguém perceber a tua dor, você se afasta e afasta as pessoas de você.
Vocês dois juntos formavam um belo par e se amavam na cama como dois alucinados. Lembra? Você se apaixonou pela noite daquela mulher, mas essa noite tirou toda a luz da tua vida. E ainda assim, contrariando todas as probabilidades, você sente falta dela.
Eu também tenho minhas dores e já me apaixonei pela noite de alguém. Eu sei como é, nós os nascidos sob o signo da lua temos uma estranha fascinação por pessoas carregadas de segredos. Você foi enfeitiçado. E o amor, moço, não poupa ninguém. O amor é para os fortes. Você é forte, mas está terrivelmente ferido.
Moço, o teu sorriso conta das lágrimas dos teus olhos, mas o mundo só enxerga o que quer. E nessa estrada, junto dessa casa de madeira, o vento me diz que você está terrivelmente frustrado. Que você está cansado, mas que lá na frente vai encontrar o que precisa.
Moço, você podia ter chorado no meu ombro. Podia ter gritado até esvaziar os pulmões. Você tentou. Você fez tudo que podia por uma pessoa que nunca entendeu nada sobre estar junto.
Você teve suas lutas e agora dirige rápido rumo a si mesmo. Esse caminho é solitário e você vai travar uma guerra silenciosa contra si. Eu já andei por esse deserto por mais tempo que eu gostaria.
Houve noites que eu eu achei que não haveria um novo dia, mas sempre há. Tudo sempre passa. E nós precisamos aprender a passar também. De cabeça erguida de preferência.
É tempo de você se encontrar. De se fazer companhia. De aprender a se gostar. É tempo de você ir até o coração de si mesmo e se abraçar.
Só quando você resistir ao calor do sol, só quando o calor e a luz do dia forem avassaladores você vai aprender sobre a noite e vai buscar o que for realmente bom para você.
E moço, quando isso acontecer, quando você se amar e se deixar amar, vai ser indescritível.
Acompanhe a autora Vanelli Doratioto em Alcova Moderna
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