Ela aprendeu a se amar, mesmo após tantos desencantos. Sabe por quê? Porque ela tomou coragem e viu que o mais importante era ela se enxergar, se reconhecer. Um exercício de autoconhecimento, autoamor. Ela parou de rastejar atrás do amor dos outros.
Ela enfim entendeu que isso de almejar desesperadamente um amor, uma companhia, é na verdade um pedido de ajuda do seu próprio coração de mãos dadas com a razão, já que antes desse combinado, cada um fazia o que queria e ela sofria as consequências do coração impulsivo demais ou da razão cautelosa até dizer chega. Ela aprendeu a se amar no equilíbrio dos seus diálogos internos. Foi quando ela navegou pelas experiências de viver a solidão como aprendizado e não como punição ou atraso de vida. Entender o seu tempo foi o maior presente que ela ganhou.
Os desencantos do passado e do presente deixaram de pesar em seus ombros. Ela podia respirar de novo. Podia olhar pro mundo que a cercava e ver além do cotidiano, do banal. Desde então o seu corpo mudou. Ela tanto internamente quanto externamente passou a aceitar e procurar compreender o saudável dentro dos seus objetivos e limites. Ela também despertou para emoções ainda mais densas do que tinha antes de trocar de pele, de se transformar nessa mulher que quem vê hoje, ou se intimida e fica pra trás ou no mínimo respeita, admira e reconhece a sua voz e pede licença para participar da vida dela.
Ela aprendeu a se amar e não foi fácil, mas valeu a pena. Ela não sente mais culpa quando algo de bom lhe acontece. Ela não se sente em dívida com o Universo, porque o Universo é ela e todas as coisas que ela é capaz e quer fazer, ela não precisa de permissão alguma. Ela se amar é a jornada que sempre importou. Os desencantos foram mais do que ela esperava ou merecia, se você me perguntar. Mas ela nem se incomoda mais. Ela superou o desencanto de qualquer desencantar. Ela renasceu amor em si. Caiu a ficha, entendeu?
Imagem de capa: Pixabay
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