Estou publicando esse texto na mesma semana em que se faz memória aos 80 anos da partida do pai da Psicanálise Sigmund Freud. Ele morreu no dia 23/09/1939 aos 83 anos nos deixando um legado imenso e uma obra extremamente frutífera.
Até escrevi nas redes sociais que espero viver pelo menos até os 100 anos para conseguir ler a sua obra completa, que dá mais de 7000 páginas.
Refletindo sobre tudo isso encontrei algumas lindas palavras da escritora carioca Nélida Piñon que me inspiraram muito. Confira!
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“Nasci escritora, nasci leitora. Os traços e as idiossincrasias, inerentes a ambos os estados, acompanham-me sempre. Já na infância, tinha apetite pelas palavras, escritas ou faladas. Olhava os escritores de forma agradecida. Aqueles seres, responsáveis pelos livros de lombadas atraentes e capas coloridas, forravam seu imaginário com feno e sonhos. Livros que me prorrogavam a existência e impediam que caísse nas malhas do banal.”
Nélida Piñon – Aprendiz de Homero
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Penso ser muito verdadeira essa frase na qual ela diz “Livros que me prorrogavam a existência e impediam que caísse nas malhas do banal”. Parte do que sou hoje devo aos diversos autores geniais que já tive o prazer de ler, às centenas de histórias incríveis presentes em muitos romances, contos, crônicas, poesias, suspenses, aventuras etc.
A leitura torna o meu mundo mais bonito e colorido, ajuda a ampliar meus conhecimentos, minha consciência, meu vocabulário. E algo que tenho a impressão que também amplia é o próprio tempo de vida sabia?
Já comentei com amigos que às vezes penso que já vivi muito mais do que os meus anos cronológicos, isso talvez esteja ligado a um pouquinho dos livros e autores que ficaram impregnados em mim. E voltando ao Freud, até me lembrei de uma de suas teorias que se popularizou, a das PULSÕES. Segundo ele, existe a pulsão de vida e a pulsão de morte, que são energias presentes na nossa psique que podem desencadear alegrias, contentamentos, paz, saúde, longevidade, quando se trata da pulsão de vida, ou podem também desencadear tristezas, raivas, doenças, medos, ideações suicidas etc. quando se trata da pulsão de morte.
Sem sombra de dúvidas, para mim, a leitura é uma mega pulsão de vida. Ela me dá inclusive um motivo a mais todas as manhãs para levantar da cama. Sabia que tem dias que eu acordo pela manhã e fico pensando assim: “Aquele livro tal já estou nas últimas páginas. Vou terminar de lê-lo hoje…”.
Essa reflexão pode ser ampliada para outros campos da vida, como por exemplo um projeto de empresa, ou projetos de composições de música, ou o cuidado de um jardim, ou a atuação em uma ONG etc. etc. Enfim, tudo aquilo que em si carrega aquele sentimento de propósito está incutido também a pulsão de vida.
No meu caso, ler e escrever são pulsões de vida pura! Assim como para a querida Nélida Piñon, que ama escrever e acredito que ainda vai produzir muita coisa boa nessa vida. Na data em que escrevo esse texto ela está com 82 anos! Que ela tenha longa viva com saúde, lucidez, amor, alegria e contentamento…
E que você também se alimente todos os dias daquilo que faz seus olhos brilharem de alegria, pois esse sentimento é a pulsão de vida que prorrogará sua existência e lhe impedirá de cair nas malhas no banal…
Foto de Yuri Efremov em Unsplash
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