Empatia e tecnologia de mãos dadas: alunos criaram um sistema óculos de realidade virtual capaz de levar boas lembranças e novas experiências para idosos com demência, ajudando-os a superar o isolamento e a depressão.
A ideia de fazer algo pelos idosos que sofrem de demência veio quando Reed Hayes viu um homem sentado na cadeira de rodas, imóvel, com os olhos sem esboçar qualquer tipo de sentimento.
Logo depois ele esboçou o que viria a ser a empresa que ajudaria a transformar situações como essa, junto com o seu colega Dennis Lally. E o mais curioso, ele escreveu tudo para Dennis num guardanapo.
Reed então realizou uma experiência de realidade virtual com uma pintura tridimensional de Vincent Van Gogh e um piano clássico em segundo plano. Quando colocou o fone de ouvido no homem, ele ganhou vida: “Ele começou a se mover, batendo os pés, rindo. De repente, ele ficou muito mais envolvido no mundo”, lembrou feliz Reed.
A partir disso, a startup Rendever, como é chamada, aprimorou a sua tecnologia e levou suas experiências de realidade virtual para mais de 100 comunidades de idosos, além de ter sido lançada em hospitais para estender o fascinante mundo da RV a pacientes de todas as idades.
“É incrível vê-los apontando as coisas um para o outro e se envolvendo, gritando ‘Olhe para a esquerda!’ Ou ‘Há um filhote de cachorro aos nossos pés!”, afirmou Grace Andruszkiewicz, diretora de marketing e parceira da Rendever.
“Ou, se eles estão em Paris, alguém pode dizer: ‘Eu estava em Paris em 1955 e havia um café fofo’, e as pessoas começam a adicionar detalhes e a contar suas próprias histórias. É aí que a mágica acontece.
Mas como funciona?
Reed, Dennis e toda a equipe da Rendever adicionam conteúdos originais à sua plataforma duas vezes por mês, em grande parte com base no feedback dos moradores das comunidades que assinam o serviço.
As assinaturas feitas incluem fones de ouvido, um tablet de controle, uma grande biblioteca de conteúdo, treinamento, suporte e também garantias.
A empresa ainda presta ajuda aos lares de idosos, fornecendo um conteúdo personalizado para seus residentes, o que contribui para algumas das experiências mais reais e intensas.
“Uma vez havia um adulto mais velho que continuava dizendo ‘eu quero ir para casa’, mas ela estava em uma comunidade de vida assistida porque estava mostrando sinais de demência”, lembra Hayes.
“Com a tecnologia que construímos, fomos capazes de digitar o endereço da casa dela e levá-la para lá. E ela começou a chorar lágrimas de alegria. Ela continuou dizendo: ‘Este é o lugar mais bonito do mundo’.”
No momento, a empresa trabalha firme para reproduzir em ensaios clínicos os resultados vistos com clientes nos seus clientes individuais.
Em 2018, um estudo apresentado na Conferência Internacional sobre Aspectos Humanos da TI para a população envelhecida fez um comparativo das experiências sociais de RV para adultos mais velhos assistindo as mesmas coisas na televisão.
Os cientistas descobriram que as pessoas que haviam compartilhado as experiências com a realidade virtual muito menos propensos a depressão ou ao isolamento social e mais dispostos a se sentirem melhor com seu bem-estar.
Assista abaixo o vídeo que demonstra melhor o funcionamento e alegria dos idosos que experimentaram os óculos:
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