Essa linda frase do livro “Mergulho na paz” do Prof. Hermógenes é muito verdadeira e profunda. Traz um olhar metafísico para o significado da tristeza e do choro na nossa vida.
Existem diversos tipos de choro, o da tristeza é o mais comum, porém, tem o choro de felicidade, de superação dos limites, o que vem das risadas intensas. Assim como existem os choros manipuladores, melindrosos etc.
Por isso que o autor da frase fez questão de escrever a expressão “às vezes”, porque existe essa amplidão de choros!
Quero frisar o choro da tristeza, que é o trazido por ele. Metafisicamente, a tristeza tem um aspecto didático. Ela vem nos ensinar que estamos diante do fim de um ciclo, ou estamos sentindo que um ciclo está se encerrando.
Ficamos tristes por diversos motivos, seja porque não queríamos que o ciclo acabasse, ou porque não sabemos como será dali pra frente, ou porque não compreendemos porque ele se encerrou da forma que se encerrou etc.
Nessa hora pode até mesmo vir um misto de sentimentos, tristeza misturada com raiva, ou com medo, ou com dúvidas, ou angústias e por aí vai.
A grande sabedoria é trazermos à consciência o potencial didático da tristeza, e não seu aspecto dramático, pois é isso que leva milhares de pessoas a não transcenderem seus sofrimentos e, de certa forma, repetirem os dramas, alongando o sofrimento por bem mais tempo.
Os dramas da não compreensão da tristeza, fazendo um paralelo com a frase do Prof. Hermógenes, é como se as sementes estivessem na terra, mas numa terra mal cuidada, não arada, não adubada e sem o humo, que é o potencial de alimentação para a semente se transformar numa bela planta.
Uma lindíssima passagem bíblica traz uma mensagem semelhante, do evangelho de João.
“Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto.” – (Jo, 12: 24).
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Essa morte do grão de trigo é a compreensão do fim de um ciclo e os ensinamentos que este nos trouxe. A tristeza e o choro é esse processo do entendimento, que não é imediato, não acontece do dia pra noite.
A tristeza pode durar alguns dias, e quando se estende para semanas ou meses, passa a ser um luto. Na verdade, o luto também é um processo de aceitação de um fim de ciclo. Perceba! Ficamos enlutados quando alguém que amamos muito morre, ou quando um relacionamento amoroso significativo chega ao fim, ou quando uma amizade de anos se rompe, ou quando somos demitidos de um emprego no qual nos dedicávamos muito etc.
Todas essas experiências de fim de ciclo têm lições preciosas a nos ensinar e quando nos conectamos com esse aspecto didático, em vez do aspecto dramático, aí sim, estamos fazendo brotar a vida desse húmus.
Faça como o Prof. Hermógenes nos ensina! Mergulhe nessa paz e compreenda que o choro pode ser um bálsamo de transformações positivas na nossa vida. Auxiliando num caminho de elevação de consciência e ganho de sabedoria…
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Foto de Keenan Constance de Pexels
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Tristeza faz parte. Se o mundo fosse uma eterna festa, não suportaríamos tanta euforia. Para que luzes se destaquem, imprescindível a comparação com algumas sombras, lições também existem nos invernos sem primavera e nas noites sem estrelas; há que se aprendê-las sem queixas, assim como as pedras no caminho aprendem a perfumar como as flores, quando são pisadas por passos apressados. Impossível ser como antes, após superar uma tristeza: ou se é mais sábio e cauteloso ao receber presentes ou se consegue ser muito mais feliz, doando-os a quem chora.