ATENÇÃO PRINCESAS IMAGINÁRIAS: Príncipes Encantados não existem em nenhum lugar além de nosso imaginário. O encantamento só é possível quando relacionado a deturpação da realidade.
LOGO, quando algo é perfeito demais só temos duas opções:
A primeira diz respeito a possível projeção de nossas fantasias. Isso acontece quando, ao longo da vida, idealizamos uma situação como se ela fosse ideal e pudesse nos fazer felizes. Normalmente essa situação está relacionada a encontrar em alguém (não em nós mesmos) a figura da pessoa que nos “salvará de nos mesmos” através do suprimento de carências afetivas ou até mesmo de necessidades financeiras. Nesse caso, o indivíduo fantasioso “sonha” que, quando a “pessoa certa” aparecer, seus problemas deixarão de existir e ela viverá, como nos contos de fadas, “feliz para sempre”. Veja que o problema não está na fantasia e sim no fato de que se acreditar que é possível encontrar um alguém e “se realizar” sem perceber que o outro com quem estamos nos relacionando também é um ser com história de vida anterior, fantasias e vontades. Logo, o encaixe perfeito é, desde o início, algo impossível de acontecer. Relações verdadeiras só existem através da construção e, normalmente, só tem início depois que o encantamento começa a dar espaço para a verdadeira percepção da realidade. O melhor disso tudo, entretanto, é que nossa fantasia só compreende coisas que nós conhecemos em nossa visão de sonho e realidade mas, quando o outro chega, com sorte, ele pode vir para somar. Então, se você ainda vê um príncipe- ou princesa em sua relação atual, talvez seja melhor esperar um pouco mais para descobrir com quem você está se relacionando.
A segunda é ainda um pouco mais complicada, pois implica que nossa ingenuidade sonhadora seja utilizada por pessoas perspicazes que identificam “presas fáceis” e as manipulam interpretando o papel de parceiros ou parceiras perfeitos para que seus objetivos sejam alcançados. É isso o que acontece e serve de sustentação para grandes frustrações e relações abusivas onde, no começo, o parceiro parecia saído de um filme da “Sessão da Tarde”.
Ou seja, lembre-se que o parceiro- ou parceira- perfeito é um sintoma de alucinação amorosa. O verdadeiro amor só acontece quando permitimos que o tempo da relação aconteça sem atropelos e seja baseado no conhecimento mútuo. E, vale lembrar, isso não acontece em um e nem em três meses de namoro.
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