No último domingo, o árbitro Anderson Daronco interrompeu o jogo entre Vasco e São Paulo pela 16ª rodada do Brasileirão neste domingo, em partida realizada em São Januário, no Rio de Janeiro. O motivo? Os gritos homofóbicos vindos da arquibancada. O que pra muitos torcedores é comum, para o árbitro não foi e ele resolveu parar o jogo até que os gritos fossem cessados.
O time carioca venceu a partida por 2 a 0, o que não justifica, de modo algum, a torcida adversária ou quem quer que esteja presente ser alvo de um comportamento preconceituoso.
Uma semana antes dessa partida, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) já tinha determinado que atitudes homofóbicas em estádios podem fazer com que as equipes percam pontos válidos nas partidas, e que sim, o juiz poderia interromper e até cancelar a partida caso necessário.
Todos os clubes da série A do Campeonato Brasileiro receberam uma carta assinada pelo procurador-geral Felipe Bevilacqua, como um aviso.
Homofobia é crime, e casos como esse, o orador das ofensas pode ser enquadrado não só na Lei Antirracismo, mas também no código disciplinar desportivo, no artigo 234-G: “Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
Os gritos homofóbicos constrangeram os jogadores e o próprio técnico do Vasco, Vanderlei Luxemburgo. A paralisação aconteceu aos 19 minutos do segundo tempo, e logo que percebeu os gritos, o árbitro Anderson Daronco foi até o banco de reservas conversar com o treinador vascaíno. Naquele momento, uma parte da torcida gritava “time de v…”
Após conversar com o árbitro, Luxemburgo se virou para as arquibancadas e pediu para a torcida parar com as ofensas. O jogador Yago Pikachu fez o mesmo, e o locutor do estádio São Januário alertou: “Não vamos gritar cantos homofóbicos para não prejudicar o Vasco”. Ainda assim, esta uma atitude lamentável e precisa ser combatida e silenciada caso ocorra novamente.
Depois do encerramento do jogo, Daronco explicou a sua atitude: “Obviamente não é algo da minha cabeça, temos uma orientação nesse sentido. A própria Fifa vem sancionando seleções e clubes quando ocorrem fatos semelhantes, e a gente não se apega somente a um canto homofóbico, tem toda uma questão envolvendo o racismo, ou fatos que possam incitar a violência, como faixas no campo e cantos xenofóbicos. Tudo nesse sentido a gente tem a orientação de procurar coibir — afirmou Daronco — No primeiro momento que a gente tem a oportunidade e percebe isso, tem de parar e tomar medidas para que isso cesse — acrescentou.
— Tem que procurar entender o ambiente do estádio, e obviamente ontem (domingo, 25) era algo muito claro e muito forte. Cabia a mim paralisar a partida e fazer esse relato chegar às autoridades competentes — declarou Daronco
Matéria editada com informações do site Folha de S. Paulo e Gaúchazh
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