O que vale a nossa intensidade? O que vale a nossa tranquilidade?
O que vale a paz do nosso coração, a tranquilidade da nossa alma, a alegria dos nossos dias, a leveza do nosso viver?
A pergunta deve ser essa: “isso vai tirar a minha vida?”
Então, devemos guardar a nossa intensidade para lutar contra coisas que nos tiram a vida, tão somente.
E “tirar a vida” no sentido amplo, ou seja, não precisa ser um assassinato imediato.
Sim, porque a vida pode nos ser tirada não apenas quando nos surge uma doença terminal, um acidente, ou algo do gênero.
Ela nos é tirada aos poucos, também, quando nos paralisamos diante dos obstáculos, quando nos acomodamos num relacionamento vazio, quando enterramos os nossos sonhos, quando desistimos de ir em busca do que faz o nosso coração vibrar.
Muitas vezes, só quando enxergamos a possibilidade real de ir definitivamente para o cemitério é que nos damos conta de como perdemos tempo – e energia – com besteiras.
Como seria bom se nos déssemos conta de quão valioso é estar vivo, apesar de tudo, antes que algo realmente sério nos confrontasse.
O ideal, evidentemente, é que nos permitíssemos aprender através do amor, e não que esperássemos a dor chegar na nossa vida para ter as lições necessárias.
Além disso, se quisermos, basta olharmos ao redor para aproveitarmos as lições com as experiências dos outros. Há tantos relatos sinceros e emocionantes de pessoas que são faróis na vida dos outros, exercendo, com amor, a missão de espalhar o que aprenderam e nos facilitar a caminhada.
Basta abrirmos o nosso coração ao novo, sem pré-conceitos, sem questionamentos tolos, sem deixar a mente puxar a frente e duvidar de tudo.
Nos permitindo, nos dedicando, aproveitando um pouco aqui e um pouco ali – conforme o nosso coração sente afinidade com a energia -, sentido, silenciando, se conectando com algo superior, podemos transcender a dor e caminhar rumo à evolução, rumo à plenitude, rumo ao amor.
Pois, ainda que neguemos, não estamos aqui nesse planeta e nesse momento por acaso, a nossa vida não é um acidente da natureza: somos um ser espiritual/multidimensional, que carrega uma bagagem a ser superada, que pertence a um sistema familiar cheio de peculiaridades, que tem um propósito especial, e que chega nesse planeta sem muita consciência/lembrança de tudo isso.
Por que tão complexo assim? Porque se fosse fácil, se viesse com manual de instruções, não iríamos atrás, não buscaríamos, não nos esforçaríamos, não aprenderíamos com os nossos erros, não desbravaríamos o mundo, perderíamos grandes lições.
E é essa, justamente, a razão da nossa existência: o aprendizado!
Que ele se dê, então, pelos melhores, mais leves e mais doces caminhos.
Por Susiane Canal
Foto de George Sistonen da Pexels
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