A autoaceitação não é simples. Não é fácil aceitar o próprio corpo, as próprias limitações e as mudanças que acontecem na nossa vida. Queremos a todo custo entrar em uma calça 38, ter o cabelo impecável e ter um corpo mais delineado que o de um fisioculturista. O problema é que criar um esteriótipo de perfeição inatingível não é nada saudável e faz com que muitos fiquem depressivos, neuróticos e frustrados.
A sociedade nos induz à competitividade. Temos que entrar em uma calça 38, ter o melhor emprego do mundo e a postura de uma miss. A questão é que a mesma sociedade que impõe padrões esquece que cada um de nós carrega consigo uma bagagem de experiências, verdades e sentimentos adquiridos ao longo da vida e que, por isso mesmo, nunca nos encaixaremos em padrões estabelecidos por pessoas que desconhecem a nossa essência.
A mídia é a grande aliada da sociedade e nos faz travar uma verdadeira guerra contra o próprio corpo e contra as próprias crenças. Quer a verdade? A sociedade não quer que você goste e confie em si mesmo porque isso não gera lucro para o mercado. Chupe essa manga!
Para a sociedade funciona assim: quando mais livre, independente e inteligente você for, menos influenciada pelos padrões da mídia você será e isso, meu caro, não é nada bom para o mundo dos negócios, já que a base de toda a propaganda (e do consumo em massa) é justamente te convencer que você está fora dos padrões estabelecidos e necessita de determinados produtos para se encaixar no que eles pregam. (Vamos deixar claro que ninguém está dizendo aqui para você não se cuidar. Estamos apenas diferenciando pessoas bem resolvidas de pessoas influenciadas pela sociedade e pela mídia).
Pessoas bem resolvidas não se importam com viradas de coleções de lojas porque possuem um estilo próprio. Não se estapeiam para conseguir o hidratante facial da vez porque cuidam da pele de dentro para fora, nem se mutilam para entrar em uma calça 38 porque aceitam o corpo tal como ele é.
Pessoas bem resolvidas entendem que cuidar da saúde é essencial e que a aparência é apenas uma consequência desse cuidado. Defendem as próprias crenças e entendem que seu corpo é um templo que carrega experiências e sentimentos únicos e, por isso mesmo, tornam-se insubstituíveis.
Não é fácil nadar contra a maré. Não é fácil se aceitar quando a sociedade prega um padrão de beleza diferente do nosso. Não é fácil escutar que seu corpo precisa perder medidas e que seu cabelo precisa estar alinhado. Na verdade é extremamente difícil. É um trabalho diário que envolve muito autocontrole, muito amor próprio e uma autoestima inabalável.
Aceitar o próprio corpo, com qualidades e defeitos, é um exercício diário de amor. É olharmos no espelho a cada manhã e aceitarmos humildemente que nossas linhas de expressão representam nossa história. É entender que nossa barriga não precisa ser chapada para ser bonita e que um salto alto não nos faz mais ou menos sexy. Em outras palavras: pessoas bem resolvidas não procuram aprovação de fora, procuram de dentro.
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