Eu já soube muito tudo o que eu queria na vida. Sempre me preocupei em tudo, o tempo todo, muito bem organizado, ainda que a vida insistisse em desorganizar.
Eu montava, a vida desmontava; eu, teimosa, montava, remontava, organizava novamente, reorganizava, por anos a fio…
Há alguns meses, depois de golpes “duros” demais da vida, eu me rendi, perdi o fio da meada, fiquei muito assustada por não conseguir montar tudo novamente, organizar, reorganizar, tudo se partiu tanto, desorganizou tanto, tudo se quebrou de tal forma, que não dava mais para restaurar, como fiz a vida inteira… e agora, talvez pela primeira vez na vida, ainda não consiga saber exatamente o que pretendo, o que quero daqui para frente.
Pela primeira vez isso não está me assustando nem um pouco e não me encontro ansiosa em descobrir para organizar, para estruturar, muito pelo contrário, dane-se! Estou sentindo um imenso alívio… o “não saber” é totalmente profilático, oportuno, uma espécie de “enorme conforto”, de bálsamo…
Isto, em todas as circunstâncias, com todas as pessoas, fica mais claro e evidente, a cada dia, fazendo-me ter um respeito absoluto pelo meu “SER”, sem mi mi mi, acabou a “era” do que já “era”… então o motor é meu, totalmente meu, ninguém põe mais a mão.
É lógico que isso é “empoderamento” sim, é o Farol , é a bússola do que já consigo, do que já possuo, independente do que ainda não consiga, não possua.
E sigo me apoiando muito, independente de todas as adversidades, de todas as circunstâncias e pessoas, independente dos resultados, e apenas porque sou agora a minha “melhor amiga”, “o meu grande amor”.
Imagem de capa: cena do filme “O segredo dos seus olhos”
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