A solidão pode adoecer e não apenas no sentido metafórico. Há muito tempo a ciência relaciona moléstias físicas a sentimentos negativos como tristeza ou estresse. Por exemplo, uma revisão de artigos científicos realizada pelo Departamento de Psicologia da Universidade de Brigham Young, em Utah ( EUA), revela que o isolamento social e a solidão diminuem a esperança de vida.
“Vários estudos epidemiológicos têm detectado que viver sozinho é um fator que desencadeia demências. E também correlacionam com maior probabilidade de mortalidade em pessoas com Alzheimer.” Explica o neurólogo Alberto Villarejo, membro da Associação Madrilenha de Neurologia.
O estudioso afirma que este é um problema relevante do ponto de vista da saúde pública.
“O perigo não está apenas para pessoas com alguma debilidade, mas também para as saudáveis.” Sentir-se só é uma percepção emocional, não depende da quantidade de pessoas ao redor, mas sim da qualidade dos vínculos estabelecidos.
O diretor da pós-graduação em Educação Emocional e Bem Estar da Universidade de Barcelona, Rafael Bisquerra Alzina, explica o motivo das emoções afetarem a saúde física. “As emoções são uma resposta complexa do organismo diante dos fatos da vida e podem se manifestar fisiologicamente em forma de taquicardia, hipertensão ou suor frio nas pernas. Toda a saúde mental tem algum reflexo na saúde física.
Bisquerra nos avisa que depois de satisfeitas algumas necessidade econômicas, nossa felicidade depende mais dos vínculos e da construção de boas relações. Mesmo se sua mãe estiver bem alimentada, vestida e com as contas em dia, pode representar um fator de adoecimento o fato dela se sentir sozinha. Este sentimento de solidão forçada, de não se perceber parte de lugar nenhum pode levar desde à depressão até a atitudes impulsivas.
Os conflitos mal resolvidos dentro de uma família tendem a fazer mal a saúde tanto quanto outras doenças. Entender isso pode ser uma chave de prevenção contra o adoecimento mental e também contra moléstias físicas. Uma mãe que se sente esquecida pelos filhos pode maquiar essa sensação com diversos comportamentos, porém o resultado dessa maquiagem costumam ser o surgimento de doenças graves. Nossos pais precisam de uma boa alimentação, exercícios físicos e bem estar social. Estes três fatores são importantes para que tenham uma vida mais longa e saudável.
Caso você seja uma mãe que se sente solitária, ou um filho que precisa de ajuda para se relacionar melhor com seus pais, ou um marido que está tentando entender a solidão que sua esposa reclama, não deixem de buscar ajuda profissional. Um bom psicólogo, com uma psicoterapia, pode ajudar muito a melhorar os vínculos familiares.
Este é também uma tradução livre do artigo “Visite mucho a su madre si quiere que viva más”, de Teresa Morales García, para o El País.
Abaixo, Caetano Veloso canta Mãe.
Fonte indicada- Psicologias do Brasil– página parceira
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Deveria ser tão óbvio o conselho de "visitar as mães para que elas vivam mais" que nem precisaria ser aconselhado de tão evidente é. Porque não se precisa sugerir que se pague a conta de luz, do contrario fica-se no escuro ou se pague a conta de água para não se ficar no seco. Deveria ser tão natural visitar as mães quanto escovar os dentes, pentear os cabelos e tomar banho, atitudes que ninguém, se adulto mentalmente são, esquece de fazer ou descarta da agenda. Imprescindível se doar em forma de atenção, presença e acolhimento a quem nos acolheu em seu ventre por nove inseparáveis meses seguidos para que soubéssemos o que é viver, do contrário NÃO SERÍAMOS. Mas não apenas isso: nos nutriu, ensinou a falar e andar, nos acolheu em seus braços após cada tombo e, mesmo depois de crescidos, continuou a nos acolher após cada derrota, acreditando em nossa força mesmo quando descrentes de nós mesmos. Quem sabe filhos consigam o prêmio de VIVER MAIS se não se esquecerem delas enquanto estão vivas, enquanto nos sorriem, nos escutam, nos amam e não nos esquecerão jamais enquanto vivas e mesmo além da morte.