Querida filha, você não precisa ser uma boa menina, uma menina dócil, obediente e doce. Eu sei o que você quer: aprender a ter uma voz, não ficar quieta, rir alto, correr, apontar para cada constelação com seu dedo e imaginar que você alcance todas … Querida filha, que ninguém se atreva a colocar arame farpado nos seus sonhos ou tente moldar a sua identidade.
Essas são realidades que todos sabemos identificar. São brechas do passado, ossos de dinossauros que surgem de tempos em tempos em nossa sociedade e diante dos quais, a maioria de nós reage. Agora, podemos dizer que há outro tipo de realidade subterrâneo, discreto e de valor inestimável que não vemos tão facilmente porque alimenta a nossa língua, porque ela dança uma dança invisível na nossa forma de abordar meninas e meninos, moldando-os à força e quase sem perceber…
A boa menina, a garota silenciosa
A boa moça fica num canto sem se mexer, atende a todos que a rodeiam, mas em discreto silêncio. Enquanto isso, em sua imaginação, a menina dócil escapa para seu mundo particular, onde vive mil aventuras, em segredo, com o bloqueio do silêncio.
Nós não percebemos isso, mas quase a partir do momento em que chegamos ao mundo somos avaliados e rotulados. Este universo livre de adjetivos, substantivos de julgamentos e hipérboles inoportunas são integradas em nosso cérebro já aos 9 meses de vida.
Se já muito cedo reforçamos a passividade, a obediência, o silêncio e o valor da aparência física na menina, estaremos vetando ou “transformando” em nossos caprichos muitas habilidades naturais.
Querido filho, você não precisa ser “forte”
Nós falamos da “boa menina”, daquela menininha que observa o mundo de seu silêncio. Agora, é hora de lembrar muitas crianças já se tornaram adultos que foram educados em seu momento no instrumento chamado controle emocional e autocontrole, onde as emoções e sensibilidade devem ser corrigidos como os dentes tortos.
Lágrimas, entretanto, são coisas de menina e, portanto, é melhor engoli-las o mais rápido possível.
Enfim, ser “bom” não é ser dócil ou conformista, ser “bom” na realidade, é ser corajoso para conseguir o que você quer, o que você quer, ser homem ou ser mulher.
Traduzido, adaptado e editado do site La Mente es Maravillosa
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