Recentemente vimos a notícia de um bebê de 6 meses de vida que foi mordido cerca de dez vezes por um colega de 2 anos em uma creche de Piracanjuba, na região central de Goiás. Os pais registraram o caso na Polícia Civil, que está investigando.
Nenhum pai gosta que o professor lhe diga que seu filho mordeu ou foi mordido por outra criança da sala. Mas não devemos, diante disso, fazer uma reflexão simplista demais de que a culpa está tão somente na possível falta de atenção da monitora da turma: precisamos entender as causas!
Diante desta notícia buscamos compreender mais profundamente por que as crianças mordem e o que fazer quando isso acontece.
As crianças mordem a partir dos 2 a 3 anos aproximadamente. Quando começam a conhecer emoções que antes não tinham (como ira, frustração, raiva ou ciúmes), e não sabem como canalizar o que sentem em uma conduta positiva, o que pode ocorrer é tentarem morder.
Ainda que possa ser um ato que não supõe nenhum problema grave, ele é bem frequente. As crianças ainda não sabem expressar bem o que sentem e o manifestam mordendo.
Compreender o que há por trás da mordida é o primeiro passo para conseguir que as crianças deixem de ter este comportamento agressivo.Geralmente as mordidas ocorrem quando as crianças estão sob a vigilância ou o cuidado de pessoas desconhecidas e não quando estão com os pais.
Mas, é claro, também acontece quando as crianças mordem os pais ou os irmãos. A mordida expressa algo e é o que devemos averiguar. As crianças que mordem podem dizer que existem situações dentro de casa que as alteram, tais como:
Assim como é comum que as crianças mordam cedo, também é frequente que deixem de fazê-lo à medida que vão crescendo. No entanto, saber que é comum não tranquiliza os pais das crianças que têm este comportamento, ainda menos os pais das crianças que são mordidas.
1- Atenda a criança mordida sem ignorar a que mordeu
Com calma e suavidade revise a criança mordida, mas não ignore a criança que mordeu. Atenda primeiro a criança agredida, assegure-se de que não precisa de atenção médica. Em relação à criança agressora, evite que ela atraia toda a atenção.
Envolva a criança que mordeu no cuidado pedagógico amoroso, para que ela possa perceber que sua ação causou dano e dor. Não a trate com frieza, pois somente conseguirá que a criança se feche e não diga o que causou esse comportamento.
Se o seu filho morde outras crianças ou quando é mordido por outras crianças, recomendamos seguir as estratégias que explicamos a seguir. São boas maneiras de ajudar seu filho a superar esta etapa o mais rapidamente possível e também de oferecer apoio à criança que mordeu, bem como aos pais dela.
2- Mantenha a calma e não o castigue
Ainda que seja fácil perder o controle com a criança que começou o problema, você deve manter a calma. Uma resposta violenta, uma reprimenda excessiva ou um castigo somente alimentarão os sentimentos de ira e de frustração.
Com muita calma e suavidade, dê uma explicação simples à criança, para que entenda que morder dói, e não deve voltar a fazer isso por mais aborrecida que ela esteja.
3- Fale com seu filho sobre como agir quando estiver aborrecido
Ensine seu filho que ele deve buscar ajuda de um adulto mais próximo caso se aborreça. Como as mordidas são mais frequentes em creches e pré-escolas, ensine seu filho que deve aprender a expressar o que não gosta e avisar a professora que está aborrecido. Falar antes de agredir a criança que o aborreceu.
Se outra criança lhe tirou o brinquedo que estava brincando, por exemplo, deve aprender a dizer para a outra criança que não gostou do que ela fez. Depois avisar imediatamente a professora o que aconteceu para que seja esta a resolver a situação.
É claro que é bem importante que você também fale com a professora ou cuidadora. É necessário saber como ela está canalizando as situações agressivas que as crianças apresentam.
4- Use reforços positivos
Algo muito mais efetivo que focar no comportamento agressivo, é reforçar as condutas positivas. A partir dos 3 anos, as crianças desfrutam da companhia de outras crianças. Cada vez que estão brincando tranquilamente com seus pares, elogie seu bom comportamento. “Você brincou tão bem com seu amigo hoje! Isso é muito bom!”
Ao mesmo tempo, fale sobre o ato de morder. Quando estiverem comendo, converse sobre o porquê se morde um pão ou uma fruta (para apreciar seu sabor, para se alimentar), e explique por qual motivo não se deve morder os amigos.
5- Nunca morda seu filho. Nunca!
Alguns acreditam que se devolvermos a mordida a criança, ela entenderá que morder é doloroso. Nada mais longe da verdade. A criança que recebe uma mordida de seus pais aprende que é uma conduta admissível para liberar a ira e o aborrecimento.
O exemplo que damos aos filhos é mais contundente do que os argumentos que possamos ensiná-los. Não morda seu filho, nem sequer como parte de um jogo ou brincadeira.
6-Vigie-o e detenha-o
Enquanto as crianças aprendem a se autocontrolar, temos que nos atentar aos fatores que detonam as mordidas. Desta forma, é possível visualizar quais fatores estão desencadeando o momento no qual as crianças tomam esta represália e evitar que ela aconteça.
No momento que você perceber que seu filho está a ponto de morder, seja contundente, mas sem perder a calma. Aparte-o da situação e explique-lhe por que é ruim o que está fazendo. “Morder machuca muito, não vou permitir que você morda seu coleguinha”.
7- Para finalizar
Por último, e mais importante, lembre ao seu filho que você o ama. Pois se a pedagogia do amor não funcionar, nenhuma outra funcionará. O amor que brinda ao seu filho o ajudará a expressar as razões que o levam a morder e a não se controlar. Deve ficar claro que você desaprova esta conduta, mas que nem por isso o deixou de amá-lo.
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Fonte indicada Portal Raízes- Portal Raízes
Imagem de capa: Pexels
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