A falta de afeto está nos consumindo, estamos desaprendendo a criar vínculos, os abraços andam cada vez mais escassos e, o olho no olho deu lugar ao olho na tela.
Vivemos dentro de uma bolha, cercados de inseguranças que incluem o medo da violência e o sentimento de culpa por não dedicarmos tempo suficiente a quem amamos.
Estamos cada vez mais isolados, mas nos iludimos, achamos que a realidade é diferente porque levamos em conta a quantidade de contatos que temos nas redes sociais. Não paramos para pensar que, quem se importa conosco nem sempre têm redes sociais.
Já não interagimos mais com os nossos vizinhos, já não tomamos um cafezinho com os mais próximos porque usamos o pouco tempo que nos resta para descansar.
Estamos exaustos, esgotados fisicamente e mentalmente. Acordamos cedo, dormimos tarde, enfrentamos um trânsito caótico diariamente e, já chegamos ao trabalho fatigados, essa é a realidade da maioria das pessoas.
Largamos os nossos filhos sob os cuidados de pessoas que nem conhecemos direito ou creches e, isso nos acarreta culpa, ansiedade e remorso.
As crianças já não brincam mais, não ralam o joelho, não exploram o seu potencial criativo, afinal, elas interagem com um tablet. Nesse contexto, vamos criando pessoas com dificuldade de criar vínculos, individualistas e sem capacidade de se colocarem no lugar do outro.
Estamos cada vez mais tecnológicos e menos empáticos. Tornou-se raridade alguém que seja um bom ouvinte, a maioria só quer falar. O adoecimento psíquico está generalizado, nunca vimos uma geração tão triste. Já não se veem adolescentes com olhos vibrantes como os do passado. Eles estão cada vez mais sem energia e com o olhar sem brilho. Fica a impressão que a tecnologia está roubando a vida deles. Falta encanto e sobra cobrança sobre ter que fazer, ter que se destacar, ter que competir…ter que pensar no futuro.
Por todos os lados há um lembrete de que devemos correr atrás do nosso futuro, mas não há nada que incentive o afeto, o carinho, o lado lúdico de viver. Isso está fazendo muita falta.
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Foto de Matheus Bertelli da Pexels
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Parabéns por destacar essa nossa deficiência, onde trocamos afeto por tecnologia. Esse é o preço do avanço tecnológico e da dita modernidade! Triste, mas é fato!