Eu quero falar um pouquinho contigo sobre algo que já vivenciei e observo em pessoas do meu convívio. Se isso fizer algum sentido para você, pense a respeito e, se possível, coloque em prática.
O núcleo dessa mensagem é o seguinte: quanto mais você se abandonar, mais você vai achar a vida dos outros interessante. Quanto maior a negligência com o seu presente, maior a veneração pelo seu passado, sim, aquele passado que, se você prestar bem atenção, só te feriu.
Eu conheço uma mulher que tem uma verdadeira fixação pelo passado, em especial por um ex. Percebo que depois de 15 anos, o papo é o mesmo, aquele saudosismo, aquele dramalhão que mais parece novela mexicana. Fica claro que ela ainda está ancorada naquela história que culminou da seguinte forma: eles namoraram por 8 anos e o sonho da vida dela era se casar. O ex a deixou e casou-se com outra em 6 meses.
A mulher do contexto acima parou no tempo, não faz nada de interessante para si mesma. Ela, apesar de ter um cargo público bem remunerado, não viaja, não se cuida e tornou-se fumante crônica. Sua vida se resume em se informar sobre a vida do ex, sobre as viagens que ele faz com a família e etc. Triste isso, né?
O que ficou claro para mim nesse caso é que essa mulher está cada vez mais desconectada de si mesma. Ela se abandonou e passou a idolatrar algo que viveu no passado, algo que, por sinal, a machucou muito. Ela poderia ter buscado outros interesses, voltado a estudar, desenvolvido algum hobbie, viajado, enfim, tantas possibilidades. Mas, ela estagnou a própria vida e sempre idealiza que teria sido muito feliz se tivesse casado com o ex.
Uma coisa é fato: se você não se abraça e não se permite recomeçar, você vai viver achando a grama dos outros mais verde, ainda que sejam gramas sintéticas. Dessa forma, você vai se achar cada vez mais insignificante e vai endeusar a vida dos outros, inclusive vai se impressionar com vidas medíocres. Isso, porque você não terá repertório próprio para se encantar.
Se for o seu caso, deixe o passado lá no lugar dele. Faça algo de bom e construtivo por você. Torne-se interessante aos seus próprios olhos. Invista em suas habilidades, descubra a sua luz interna faça dela uma tocha acesa. Pare de achar que a vida do outro é incrível e faça coisas que despertem o seu orgulho e a sua gratidão por existir. Coloque o mundo no modo silencioso e preste atenção ao que sua alma pede. “Há tanta vida lá fora”.
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Imagem: Pexels
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Sempre que colocarmos a felicidade em pessoas, eventos festivos, circunstâncias e comemorações estaremos arriscando o próprio equilíbrio e a própria segurança. Isso porque tudo é transitório, nada é para sempre, pessoas se transformam, substituem amores por outros, festas tem hora certa de acabar mas felicidade é outro departamento. É seu céu particular, inexpugnável, que nenhum inferno pode alcançar nem consumir, está na cor dos olhos ou da pele, é genético, impossível arranca-la do que somos. Felicidade, se não for isso, célula a célula de nós mesmos, gota a gota do nosso sangue e de nossas lágrimas, estará sempre do lado de fora, na dependência pobre, incerta e duvidosa de situações e pessoas mutáveis e transformáveis, que podem modificar-se e se modificam, que podem morrer e morrem, que podem partir sem dizer adeus e partem. Muito mais do que transportar consigo a própria felicidade, é ser parte dela, respirando como ela respira e sonhando como ela sonha, sua própria mente e alma que ninguém poderá roubar de você ou tirar um pedaço porque é um estado de espírito, permanente, imutável, imaterial e mágico que permite que você até chore se acaso vivenciar perdas, e lutos, mas continue plena e integralmente FELIZ. Ao contrário do que se diz, felicidade não são momentos felizes, não está no passado ou no futuro. Felicidade é SEMPRE.