Desejo neste 2019 (e na vida toda) que nós mulheres nos tornemos fortes, ainda mais fortes. Que a gente seja voz e luz, consciência e coragem, desconstrução e integridade no nosso mais íntimo.
Que a gente conviva com outras mulheres, encontre muitas amigas, desenvolva espaços de abertura em que possamos falar sem regras, sem medos, sem culpas, sobre nossas dores, sobre nossos descaminhos. Que a gente encontre amparo em outros corações humanos, colo daqueles que nos deixam ser quem a gente realmente é, sem ter que fingir, sem ter que esconder, sem ter que sentir vergonha das nossas ‘fraquezas’ e dúvidas.
Que a gente encontre mestras, bruxas e sábias, mulheres que possam nos ensinar, inspirar e fortalecer. Mulheres que são exemplos de resistência e bravura, que fazem de suas vidas um desbravamento da própria verdade, um abrir caminhos para a autolibertação. Mulheres que geram seus espaços no mundo sem trair seus instintos, seus sentimentos, sem massacrar alguns lados femininos.
Que nós mulheres convivamos e possamos conversar, chorar, sorrir, falar e ouvir sempre. Porque nossos corações femininos quando abertos são pura empatia e se reconhecem só pelo sentir, pelo estar perto. Que nossos corações se unam para que o mundo não nos confunda tanto, para que nossas referências internas sejam mais fortes do que as externas.
Que a gente não tenha medo de deixar de ser submissão, propriedade privada, objeto sexual, fantoche de expectativas dos outros. Que o nosso corpo seja nosso, que as nossas vontades sejam nossas e livres, que o nosso autorespeito cresça juntamente com o nosso autoconhecimento.
Que a gente perceba que podemos ser o nosso próprio amparo, o nosso próprio lar, o nosso próprio amor, o nosso próprio bem-estar.
Que a gente despolua tantas coisas tortas que nos foram ensinadas. Que o ato sexual, quando houver, seja prazeroso, seja troca boa. Que a gente possa encontrar referências de como ser, de como seguir, referências de mulheres de verdade, de pessoas de verdade…
Dessas pessoas que questionaram, que saíram das zonas de conforto, dos ciclos viciosos.
Que a gente aprenda a não acreditar em tudo que nos dizem a respeito de nós mesmas. Que a gente saiba se valorizar ao ponto de nenhuma palavra masculina nos denegrir ou repercutir negativamente no nosso interior. Que saibamos do nosso valor, que diariamente renovemos esses votos conosco.
Que a gente saiba diferenciar elogios de chantagens emocionais (às vezes eles estão no mesmo saco), carinho de contratos, trocas de obrigações. Que a gente não deva nada a ninguém, nada além do que quisermos dar.
Não é fácil não, ser mulher é uma luta diária. É uma construção diária, de autoestima, de empoderamento, de identidade, de amor próprio.
Por isso desejo mais do que nunca que neste ano nossas mãos estejam juntas. Que nossos caminhos se cruzem com muitas almas femininas que estão nessa mesma jornada.
Desejo um 2019 para as mulheres.
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