Hoje a minha despensa emocional está arrumada e limpa, já não guardo mais rancores, nem amores que já passaram do prazo de validade. Não tenho tempo para sentir raiva. Procuro manter meu coração livre, para preenchê-lo com o que realmente vale a pena nessa vida: AMOR.
Foi-se o tempo em que queria controlar o tempo, os pensamentos e as vontades de alguém. Aprendi que dar conta de mim é a única coisa que posso fazer.
Portanto, se for para somar, pode ficar. Se não for, se for para tumultuar, prender, sufocar e levar a paz que tanto demorei para cultivar, a porta está ali, aberta. Tchau e boa sorte, espero que encontre alguém mais compatível contigo.
Eu não, eu não tenho mais disponibilidade para curar corações feridos, remendar histórias das quais não fiz parte, me desmontar para ajudar o outro a se reconstruir. Quero gente inteira do meu lado.
Cacos remendados não duram muito tempo.
Quero gente disposta, preparada, envolvida. Gente de bem, de boa, que sabe bem o que quer e o que não quer na vida. Não quero mais turistas sentimentais, que chegam e vão embora quando bem querem. Comigo, agora, só quem faz muita questão.
Se não for para pegar na mão, cinema no meio da semana, pipoca e edredom num sábado à noite, almoço de domingo, e toda a linda trivialidade de se estar junto, pode pegar o rumo, dar linha. Vai na fé.
Se não for para ser feliz, dar risada junto e fazer mirabolantes planos para um dia qualquer, não me serve mais. Cansei de gente confusa, complexa demais.
Estou atrás de tudo que me faz leve, livre, alegre!
Quero me deitar no travesseiro com a única certeza de que é amor o que se sente, então, do resto a gente corre atrás. Quero poder sonhar acordada com tudo que planejamos construir, cachorro, filhos, casa com sacada. Porque, para mim, se não for assim, com todo o meu amor, não serve.
Ou é ou não é. Ou se está ou não se quer estar.
Não procuro mais desculpas para o que é bem claro de se entender. Quem está a fim faz acontecer.
Se for para deturpar as verdades, mentir, viver de promessas que não se pode cumprir, por favor, nem gaste mais saliva aqui. Pegue suas coisas e até um dia, quem sabe.
Não me tornei uma pessoa intolerante ou insensível, mas de tanta pancada que tomei, aprendi a me priorizar. Valorizo demais a minha companhia para ter ao meu lado gente barata, rasa, vazia.
Se não for para assumir, andar na rua abraçado, conversas a fio pela madrugada, encontros propositais inesperados, declarações ao pé do ouvido e beijos que arrepiam até a alma, não tenho interesse.
O que me interessa é ser feliz. Sem hora marcada, sem roupa passada, sem cama arrumada.
Café de manhã cedinho, risos cúmplices no elevador, olhares que falam mais que mil palavras.
Seus pés nos meus, cobertor roubado, abraços de tirar o ar.
Eu quero tudo de melhor que o amor tem para me dar.
Não me contento mais com migalhas, amores pela metade, mensagens vazias, tempo passando. Vidas vazias, coração cansado, gente que gosta, mas que não quer gostar.
Se pretende ficar pelos próximos invernos, é bem-vindo. Mas estou cansada de amores que só existem no verão.
Já fiz muito isso, mas hoje não entrego mais a qualquer um a chave para o meu coração.
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